Prefeito quer retirar quase 1 milhão de reais do Hospital Municipal
Por PAULO VIDIGAL
Conforme matéria divulgada no jornal Hoje em 29/03/2007, o prefeito pretende remanejar R$ 978 mil de uma verba destinada ao Hospital Municipal para obras no Parque do Ingá e Horto Florestal. Setores que o prefeito já demonstrou sua disposição de entregá-los aos “cuidados” da iniciativa privada. Não que esses setores não mereçam investimentos. Merecem sim, mas retirar quase um milhão de reais do Hospital Municipal quando ele precisa de mais investimentos, é no mínimo, incompreensível.
Alguns motivos para não remanejar a verba do HM:
- Cresce o número de atendimentos, mas o número de funcionários é o mesmo: Servidores confidenciaram que até pouco tempo a média era de 200 atendimentos em um determinado período. Hoje, no mesmo período, passam de 400 atendimentos. Como não aumentou o número de servidores o resultado não podia ser outro: sobrecarga de trabalho e longas filas a espera de atendimento.
- Faltam medicamentos: Há denúncias de falta de medicamentos como Dramin e Buscopan, rotineiramente utilizados em pronto socorro.
- Péssimas condições de trabalho: Lâmpadas queimadas que não são repostas dificultando o trabalho dos auxiliares de enfermagem que são obrigados a dar assistência ao paciente na penumbra.
- Carga horária maior do que a dos postos de saúde: servidores do HM têm uma carga horária maior do que a dos postos de saúde. Trabalham em média 30 horas/mensais a mais. Para isso recebem uma gratificação de 10% que está atrelada a assiduidade. Se o trabalhador apresentar um atestado médico, perde o direito à gratificação. Informações dão conta que pela falta de pessoal, alguns chegam a trabalhar até 36 horas seguidas.
- Falta de segurança: auxiliares de enfermagem, enfermeiros, recepcionistas e médicos,frequentemente sofrem ameaças e até agressões físicas.A indignação acaba estourando sobre aqueles que não têm culpa dessa situação.
O Hospital Municipal deveria receber mais verbas e não ter sua verba remanejada para outros setores. Com o fantasma da dengue fazendo tantas vítimas, o número de atendimentos aumentou muito. Vale ressaltar o trabalho heróico dos servidores que trabalham no HM. Anônimos, que mesmo com condições de trabalho tão ruins, prestam um serviço de boa qualidade à população. Eles, como a população, são vítimas de um modelo administrativo que tem outras prioridades.
Deixo aqui um esperançoso pedido às autoridades ligadas a Saúde Pública e a Imprensa (livre de cabrestos) para que não se calem diante dessa triste realidade.
(Paulo Vidigal, servidor da saúde que junto com 31 trabalhadores responde injustamente a processo administrativo em virtude da participação da maior greve do serviço público municipal de Maringá). Texto enviado a imprensa maringaense.
Conforme matéria divulgada no jornal Hoje em 29/03/2007, o prefeito pretende remanejar R$ 978 mil de uma verba destinada ao Hospital Municipal para obras no Parque do Ingá e Horto Florestal. Setores que o prefeito já demonstrou sua disposição de entregá-los aos “cuidados” da iniciativa privada. Não que esses setores não mereçam investimentos. Merecem sim, mas retirar quase um milhão de reais do Hospital Municipal quando ele precisa de mais investimentos, é no mínimo, incompreensível.
Alguns motivos para não remanejar a verba do HM:
- Cresce o número de atendimentos, mas o número de funcionários é o mesmo: Servidores confidenciaram que até pouco tempo a média era de 200 atendimentos em um determinado período. Hoje, no mesmo período, passam de 400 atendimentos. Como não aumentou o número de servidores o resultado não podia ser outro: sobrecarga de trabalho e longas filas a espera de atendimento.
- Faltam medicamentos: Há denúncias de falta de medicamentos como Dramin e Buscopan, rotineiramente utilizados em pronto socorro.
- Péssimas condições de trabalho: Lâmpadas queimadas que não são repostas dificultando o trabalho dos auxiliares de enfermagem que são obrigados a dar assistência ao paciente na penumbra.
- Carga horária maior do que a dos postos de saúde: servidores do HM têm uma carga horária maior do que a dos postos de saúde. Trabalham em média 30 horas/mensais a mais. Para isso recebem uma gratificação de 10% que está atrelada a assiduidade. Se o trabalhador apresentar um atestado médico, perde o direito à gratificação. Informações dão conta que pela falta de pessoal, alguns chegam a trabalhar até 36 horas seguidas.
- Falta de segurança: auxiliares de enfermagem, enfermeiros, recepcionistas e médicos,frequentemente sofrem ameaças e até agressões físicas.A indignação acaba estourando sobre aqueles que não têm culpa dessa situação.
O Hospital Municipal deveria receber mais verbas e não ter sua verba remanejada para outros setores. Com o fantasma da dengue fazendo tantas vítimas, o número de atendimentos aumentou muito. Vale ressaltar o trabalho heróico dos servidores que trabalham no HM. Anônimos, que mesmo com condições de trabalho tão ruins, prestam um serviço de boa qualidade à população. Eles, como a população, são vítimas de um modelo administrativo que tem outras prioridades.
Deixo aqui um esperançoso pedido às autoridades ligadas a Saúde Pública e a Imprensa (livre de cabrestos) para que não se calem diante dessa triste realidade.
(Paulo Vidigal, servidor da saúde que junto com 31 trabalhadores responde injustamente a processo administrativo em virtude da participação da maior greve do serviço público municipal de Maringá). Texto enviado a imprensa maringaense.
posted by Editor at 15:18
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