Renan, o "garanhão da caatinga"
Por CLÁUDIO MARQUES DA SILVA
Mônica Lewinski e Velozo. A primeira colocou de joelhos o protestante norte-americano Bill Clinton. A segunda embaraçou o católico brasileiro Renan Calheiros. Pobre Renan, tudo estava indo tão bem, até que... Renan é o nosso “Bill Clinton” nordestino, mais grosseiro, é claro. Não se lembrou de utilizar a expressão “relacionamento impróprio”. Bill Clinton não atentou para as pregações de Billy Ghrann. Renan Calheiros não deu ouvidos à João Paulo II, mas quem sabe agora preste mais atenção nas exortações de Bento XVI. Os senadores ficaram comovidos com os “esclarecimentos”. Disseram que ele foi muito “convincente”. Ah! Sei. Só não o aplaudiram de pé porque a esposa traída estava presente. Acredito que Renan nunca tenha desejado tanto ser como Clodovil, pois ao ver Mônica Velozo ele diria apenas que ela era feia. Só isso. Não haveria pensões e não existiria o “lobista”. Seria interessante uma investigação sobre as relações incestuosas de políticos e donos de empreiteiras. Creio que não ficaria pedra sobre pedra. Descobriríamos que as campanhas políticas já estão sendo financiadas com dinheiro público há muito tempo, e que parceria público-privada não é nenhuma novidade para políticos corruptos. Até recentemente a Polícia Federal era elogiada por todos. Bastou “democratizar” as algemas para que a elite criminosa começasse a afirmar que está ocorrendo abusos. O Poder Judiciário era tido, até então, como um oásis de honestidade em meio ao mar de lama. Bastou ser investigado, de leve, e as “coisas” começaram a aparecer. Assim como sadia é a pessoa que não foi devidamente examinada, íntegra é a instituição que nunca foi devidamente investigada. O primeiro passo para acabar com a corrupção no Brasil seria abolir leis que impedem a polícia de investigar determinadas instituições como ocorre com o Poder Judiciário e Ministério Público. Todos devem ser investigados pela polícia, independentemente do cargo que ocupa. Quando uma autoridade é investigada apenas por seus pares, todos os integrantes da instituição “parecem íntegros”. Nossos representantes prometem apresentar nos próximos meses medidas para combater a corrupção. Posso ajudá-los. Assim como tivemos a operação “Navalha na Carne”, lançada pela Polícia Federal, os senadores poderiam lançar a operação “Vergonha na Cara”. Seria um bom começo. O “garanhão da caatinga” convenceu apenas seus pares, não o povo.
Cláudio Marques da Silva
Delegado de Polícia Estadual
Membro do Instituto Brasileiro de Direitos Humanos
e-mail-delegadomarques@hotmail.com
Mônica Lewinski e Velozo. A primeira colocou de joelhos o protestante norte-americano Bill Clinton. A segunda embaraçou o católico brasileiro Renan Calheiros. Pobre Renan, tudo estava indo tão bem, até que... Renan é o nosso “Bill Clinton” nordestino, mais grosseiro, é claro. Não se lembrou de utilizar a expressão “relacionamento impróprio”. Bill Clinton não atentou para as pregações de Billy Ghrann. Renan Calheiros não deu ouvidos à João Paulo II, mas quem sabe agora preste mais atenção nas exortações de Bento XVI. Os senadores ficaram comovidos com os “esclarecimentos”. Disseram que ele foi muito “convincente”. Ah! Sei. Só não o aplaudiram de pé porque a esposa traída estava presente. Acredito que Renan nunca tenha desejado tanto ser como Clodovil, pois ao ver Mônica Velozo ele diria apenas que ela era feia. Só isso. Não haveria pensões e não existiria o “lobista”. Seria interessante uma investigação sobre as relações incestuosas de políticos e donos de empreiteiras. Creio que não ficaria pedra sobre pedra. Descobriríamos que as campanhas políticas já estão sendo financiadas com dinheiro público há muito tempo, e que parceria público-privada não é nenhuma novidade para políticos corruptos. Até recentemente a Polícia Federal era elogiada por todos. Bastou “democratizar” as algemas para que a elite criminosa começasse a afirmar que está ocorrendo abusos. O Poder Judiciário era tido, até então, como um oásis de honestidade em meio ao mar de lama. Bastou ser investigado, de leve, e as “coisas” começaram a aparecer. Assim como sadia é a pessoa que não foi devidamente examinada, íntegra é a instituição que nunca foi devidamente investigada. O primeiro passo para acabar com a corrupção no Brasil seria abolir leis que impedem a polícia de investigar determinadas instituições como ocorre com o Poder Judiciário e Ministério Público. Todos devem ser investigados pela polícia, independentemente do cargo que ocupa. Quando uma autoridade é investigada apenas por seus pares, todos os integrantes da instituição “parecem íntegros”. Nossos representantes prometem apresentar nos próximos meses medidas para combater a corrupção. Posso ajudá-los. Assim como tivemos a operação “Navalha na Carne”, lançada pela Polícia Federal, os senadores poderiam lançar a operação “Vergonha na Cara”. Seria um bom começo. O “garanhão da caatinga” convenceu apenas seus pares, não o povo.
Cláudio Marques da Silva
Delegado de Polícia Estadual
Membro do Instituto Brasileiro de Direitos Humanos
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