Bandalheira na Câmara de Mandaguari vira caso de Polícia
Mensagem distribuída pelo Movimento Viva Mandaguari:
A baixa temperatura que tem atingido todo o Estado do Paraná vem contrastando de forma direta com a fervura que acontece atualmente na Câmara Municipal de Mandaguari. A ebulição vem transformando o prédio do Legislativo numa grande “panela de pressão”, tornando a situação do presidente, Romoaldo Pereira Velasco (DEM), insustentável. Veja um resumo dos fatos:
01 – Nas últimas semanas, descobriu-se que a Câmara de Mandaguari emitiu 26 cheques sem fundos, o que é crime de responsabilidade. Um desses cheques, no valor de R$ 2.830, emitido em 30 de março passado, foi devolvido e reapresentado em 03 de maio, quando também não houve provimento de fundos. É voz corrente na cidade que o cheque estaria nas mãos de um agiota, mesmo destino que pode ter sido dado a outros cheques emitidos pela Câmara.
02. O vereador Alécio Bento da Silva (PR) apresentou no último dia
03. Diante da gravidade da situação, o Município entrou com uma ação na Justiça da Comarca solicitando a relação dos cheques emitidos pela Câmara e devolvidos por falta de fundos e fez o depósito do duodécimo referente ao mês de maio
04. O vereador também descobriu que a presidência da Câmara vem descontando em folha os encargos patronais e do empregado, desde agosto de 2006, sem no entanto fazer o devido recolhimento junto ao INSS. Isso resultou num desfalque de R$ 178.659,64, que o município agora está tendo que reparcelar, com desconto mensal diretamente no repasse do FPM, sob pena de não obter as certidões negativas, o que inviabilizaria convênios e obras em parceria com o governo.
05. Estranhamente, embora a única fonte de recursos da Câmara seja o duodécimo repassado pela Prefeitura, descobriu-se nas últimas semanas uma série de depósitos de terceiros na conta do Legislativo. Além disso, o vereador Alécio descobriu um cheque no valor de R$ 800 com assinatura como sendo de sua autoria, mas que ele não reconhece. Tanto que durante a sessão da última segunda-feira (28), anunciou que vai pedir perícia da Polícia Federal para provar que a assinatura foi falsificada. Os cheques são assinados pelo presidente e pelo primeiro-secretário, que é Newton Botti (DEM). Na falta deste, assina o segundo secretário, cargo ocupado por Alécio.
06. É importante ressaltar que hoje a Prefeitura de Mandaguari repassa por mês a média de R$ 108 mil para o pagamento de nove vereadores, funcionários e despesas de manutenção do Legislativo. Os últimos presidentes administraram a mesma casa com onze vereadores e as mesmas despesas de manutenção, mas com um repasse médio de apenas R$ 60 mil. Detalhe: sem cheques sem fundos, sem assinaturas falsificadas e com investimentos, como aquisição de veículos, computadores, ar condicionado, central de PABX etc.
07. Luiz Carlos Garcia (PSDC) mostrou o quanto as irregularidades estão deixando os vereadores apreensivos, quando na sessão da última segunda-feira disse nunca ter visto uma prestação de contas desde a sua posse, em 2005. Ele frisou que a atitude de Romoaldo fere o artigo 240 do Regimento Interno.
08. Atendendo ao clamor de representantes dos mais diversos segmentos da sociedade, indignados com a bandalheira e interessados em ver passada a limpo a situação da Câmara, o vereador Alécio procurou a promotora Maria Sônia Freire, relatando os fatos. A promotora, de imediato, determinou a instauração de um inquérito policial para apurar responsabilidades. O delegado Zoroastro Nery do Prado Filho já está tomando os depoimentos de vereadores e servidores do Legislativo. O próprio Alécio já foi ouvido.
09. Romoaldo já tem contas reprovadas por má gestão da coisa pública. Prova disso é a certidão de débito 1319/2006, através da qual o Tribunal de Contas do Estado julga desaprovadas as contas de 98, condenando-o a ressarcir os cofres municipais em R$ 73.312,13, valor já inscrito na dívida ativa para cobrança judicial. O Diário do Tribunal de Contas, edição 99, de 18 deste mês, publicou que foi rejeitado recurso de Romoaldo em outro caso: o Tribunal de Contas julgou irregular a contratação de advogado e na concessão de subvenções sociais, condenando-o a devolver todos os valores.
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