O devastador dentro de nós
Por JOSÉ AUGUSTO
Um dos aspectos mais complexos do enorme desafio ambiental que o mundo precisa enfrentar nos próximos anos é que não basta a ação governamental para produzir os resultados necessários. Há um devastador dentro de cada um de nós produzindo lixo, desperdiçando recursos naturais, poluindo; nenhuma ação será completamente efetiva se não se produzir uma revolução nesta mentalidade predadora na cabeça de cada um.
As políticas públicas de educação ambiental podem ajudar, mas não serão suficientes se cada um não conscientizar-se premente urgência da mudança de comportamento, inclusive nas pequenas ações. É mais fácil fazer o discurso que atribui ao Estado a responsabilidade exclusiva pela questão ambiental, e é evidente que cabe ao Estado produzir legislação que reduza os riscos ao meio ambiente e fiscalizar seu cumprimento, cabe ao poder público dar o exemplo esforçando-se por incorporar em suas edificações e rotinas mecanismos “verdes” e sobretudo oferecer a educação ambiental.
Mas os resultados que se precisa não serão produzidos apenas pelas grandes ações, porque a agressão ambiental não é produzida apenas por elas, mas são impulsionadas por dois tipos de pequenas ações. A primeira são os hábitos de consumo que geram a demanda que torna necessárias as grandes ações devastadoras e poluidoras.
Consumidores que exijam produtos não agressivos ao meio ambiente geram demanda por estas mercadorias, fazem com que as empresas passem a preocupar-se com a sua imagem e reduzem os custos destes produtos. Por mais que o Estado exerça seu poder regulatório para ampliar restrições – o que nem sempre é simples devido à ação de grupos de interesse – a única restrição completamente eficiente é a opção do consumidor.
Na outra ponta o consumo desenfreado, o desperdício de recursos, a produção de lixo, o consumo desnecessário de água e energia e outros comportamentos do devastador dentro de nós, por menos que seja, atingem dimensões extraordinárias quando multiplicadas por toda a população. Um saquinho não biodegradável de lixo jogado fora se torna um imenso problema ambiental quando multiplicado pelos 40 milhões de habitantes do estado.
O desafio, portanto, é cada um refletir sobre suas ações cotidianas verificando quais comportamentos podem ser modificados para reduzir o impacto ambiental. Ao mesmo tempo é necessário que o poder público com a colaboração do conjunto da sociedade e o apoio de cada cidadão invista em primeiro lugar na educação ambiental e em segundo lugar em regulamentações progressivas capazes de reduzir as agressões ambientais.
*José Augusto, médico, é deputado estadual e membro das comissões de Saúde, Direitos Humanos e Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Um dos aspectos mais complexos do enorme desafio ambiental que o mundo precisa enfrentar nos próximos anos é que não basta a ação governamental para produzir os resultados necessários. Há um devastador dentro de cada um de nós produzindo lixo, desperdiçando recursos naturais, poluindo; nenhuma ação será completamente efetiva se não se produzir uma revolução nesta mentalidade predadora na cabeça de cada um.
As políticas públicas de educação ambiental podem ajudar, mas não serão suficientes se cada um não conscientizar-se premente urgência da mudança de comportamento, inclusive nas pequenas ações. É mais fácil fazer o discurso que atribui ao Estado a responsabilidade exclusiva pela questão ambiental, e é evidente que cabe ao Estado produzir legislação que reduza os riscos ao meio ambiente e fiscalizar seu cumprimento, cabe ao poder público dar o exemplo esforçando-se por incorporar em suas edificações e rotinas mecanismos “verdes” e sobretudo oferecer a educação ambiental.
Mas os resultados que se precisa não serão produzidos apenas pelas grandes ações, porque a agressão ambiental não é produzida apenas por elas, mas são impulsionadas por dois tipos de pequenas ações. A primeira são os hábitos de consumo que geram a demanda que torna necessárias as grandes ações devastadoras e poluidoras.
Consumidores que exijam produtos não agressivos ao meio ambiente geram demanda por estas mercadorias, fazem com que as empresas passem a preocupar-se com a sua imagem e reduzem os custos destes produtos. Por mais que o Estado exerça seu poder regulatório para ampliar restrições – o que nem sempre é simples devido à ação de grupos de interesse – a única restrição completamente eficiente é a opção do consumidor.
Na outra ponta o consumo desenfreado, o desperdício de recursos, a produção de lixo, o consumo desnecessário de água e energia e outros comportamentos do devastador dentro de nós, por menos que seja, atingem dimensões extraordinárias quando multiplicadas por toda a população. Um saquinho não biodegradável de lixo jogado fora se torna um imenso problema ambiental quando multiplicado pelos 40 milhões de habitantes do estado.
O desafio, portanto, é cada um refletir sobre suas ações cotidianas verificando quais comportamentos podem ser modificados para reduzir o impacto ambiental. Ao mesmo tempo é necessário que o poder público com a colaboração do conjunto da sociedade e o apoio de cada cidadão invista em primeiro lugar na educação ambiental e em segundo lugar em regulamentações progressivas capazes de reduzir as agressões ambientais.
*José Augusto, médico, é deputado estadual e membro das comissões de Saúde, Direitos Humanos e Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa de São Paulo.
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