7.6.07

O que se espera do planejamento familiar

Por CHRISTOPHER PETER BUENO NETTO

Finalmente um Presidente da República assumiu em alto e bom tom, num momento oportuno e necessário, que o Brasil é um Estado Laico. Nesta postura, Lula deixou claro que apóia seu bravo Ministro da Saúde que anterior e corajosamente se expôs, argüindo da necessidade de se consultar a população, se o aborto deveria ou não ser discriminalizado. Nicéia Freire, Ministra da Secretaria Especial de Políticas para a Mulher, endossa.
Finalmente um governo laico implanta a necessária Política de Planejamento Familiar.
É com atraso de quarenta e três anos. (1964) Esta política permitirá usar o estado para se beneficiar da laqueadura, da vasectomia, dos ensinamentos de como evitar concepções indesejáveis e de como engravidar quando desejado. Fornecerá cartela de anticoncepcionais a R$ 0,30 a R$ 0,40 a cartela. Finalmente os despossuidos podem também ter acesso ao planejamento familiar estatal.
O Presidente, fortalecido pela grande aprovação popular de que é detentor e com o amadurecimento político social do nosso povo, se sente tranqüilo em implementar uma política de planejamento familiar forte. Ele próprio de família pobre, (ignoro se considerado miserável, quando de sua infância), deve estar tomando esta providencia para tentar reverter a proliferação da miserabilidade, através de nascimentos muitas vezes indesejado, particularmente desta classe sócio econômico desamparado.
Mas não é só da proliferação da miserabilidade que o presidente cuida com estas medidas.
A Política de Planejamento Familiar tem por objetivo propagar a idéia de que a concepção só deve ocorrer se planejada maduramente. As verbas para a mídia, devem ser suficientes e duradouros para que ao longo dos anos, todos os cidadãos se convençam desta verdade. A nação brasileira não suporta mais ter que abrigar filhos indesejados, seja de que classe for.
O Presidente com certeza deseja cortar este mal pela raiz.
Relaciono a seguir, alguns fatos e algumas das desgraças que podem ser eliminados por casais vivem num pais que conta um programa governamental de Planejamento Familiar.
Conceitualmente, o pior dos crimes hediondos é uma concepção indesejada. Sabe-se que o feto tem conhecimento de que um ou ambos dos pais o rejeita. Este fato o faz nascer traumatizado. Consequentemente a nação que vai abrigá-lo vai receber um filho munido de um potencial menor que teria caso fosse planejado.
O filho não planejado, mesmo de um casal dito feliz, pode acontecer de não ser desejado. Todos os filhos planejados, com certeza serão amados, jamais serão abandonados. Filho não planejado, na existência de uma política de Planejamento de Planejamento Familiar governamental é uma aberração da natureza. É criminoso e estúpido e desumano.
O planejamento familiar deve reduzir dos atuais estimados, dois milhões de abortos anuais para duzentos mil ou menos, em pouco anos.
O aborto mutila o corpo da mulher que o pratica, alem disto mutila a alma, amoral e espírito dos companheiros, dos pais, avos, tias e de toda a coletividade, que vem a saber do fato. Estima-se que no mínimo oito pessoas, têm conhecimento deste. Portanto são dezeseis milhões de brasileiros a se criminalizarem, pois não cumprem o preceito legal, que obriga o cidadão, a comunicar a existência de um crime a polícia. O Brasil vai limpar a cara deste crime ao descriminalizar o aborto.
Os filhos dos desprovidos, ao não poderem gozar de uma vida com um mínimo de conforto, não tem culpa de eventualmente serem conduzidos a marginalidade com seus previsíveis malefícios. Tem culpa sim, o Estado, que tendo a mão, desde 1964, a pílula anticoncepcional, e antes do advento deste, outros meios de evitar concepções indesejadas que muitas vezes resultam em abortos clandestinos, portanto mutiladoras para os pobres e miseráveis e permissivos para os ricos, criminalizados para ambos, absteve-se de fornecê-las a população. É daí que provem esta multidão de miseráveis. Esta poderia ser evitada se tivéssemos governos realmente voltados para o bem estar geral da população.,
Considero esta, a maior vitória do governo Lula.
Em última análise, o Planejamento Familiar, permitirá também aos governos se planejar.
É de se esperar que tão logo o congresso aprove a descriminalização do aborto, haja inicialmente uma alta taxa de abortos legalizados, das gravidez, já em andamento, pois poderão ser feitos legalmente. Em seguida uma queda substancial destes e na taxa de natalidade.
Os gastos dos hospitais públicos com tratamento de complicações de aborto cairão.
A qualidade dos cidadãos que passarão a nascer será muito melhor sob todos os aspectos.
Ao aderirem ao Planejamento Familiar, as famílias que vivem abaixo da linha da pobreza, que normalmente criam mais filhos, passarão, imediata e relativamente, a serem mais ricos, por gastarem menos por ter menos filhos, possibilitando-lhe dar melhores condições de vida e escolaridade por ser uma família de menor tamanho. .
O Estado, agora desobrigado de construir continuadamente, hospitais, escolas etc. terá condições de investir nós já existentes, diminuir a quantidade de alunos por classe, reciclar seu quadro funcional e diminuir seu tamanho e conseqüentemente a carga tributária. O país se deslanchará. Passaremos a exigir mais qualidade ao termos demasiada quantidade.
O que importa é que filhos planejados por ricos, classe media, pobres ou miseráveis, tendem a ser filhos e brasileiros melhores, AMADOS, JAMAIS ABANDONADOS.
Será um novo começo para o Brasil
Caminhamos finalmente em direção ao cumprimento da constituição em termos de educação e saúde. Sem a pressão de tantos nascimentos, o Estado pode finalmente cumprir sua maior missão, seja efetivamente zelar pela melhoria do padrão de vida da população em educação de saúde.
O PRESIDENTE LULA CONVIVEU COM A POBREZA, POSSIVELMENTE COM A MISÉRIA, DAÍ SEU ENTENDIMENTO E PREOCUPAÇÃO, MAIS QUE LEGÍTIMA COM ESTA QUESTÃO.