14.7.07

Coluna do Francês (domingo)

PMDB em disputa
Das 8h às 17h na Câmara Municipal de Maringá, eleição interna que ficará na
história do PMDB local. Longe da gloriosa sigla que no passado reinava na
cidade e região, o PMDB se debate com o racha de lideranças históricas: algumas
- como o ex-deputado Walber Guimarães que se aposentou da política -
capitaneadas por Umberto Crispim de Araújo, eterno “dono” do partido da cidade;
outras, entre elas seus ex-companheiros Mário Hossokawa, John Alves Correia,
Antonio Carlos Pupulin e muitos que haviam se afastado, querem oxigenação,
abertura para afastar as cinzas e reavivar as brasas peemedebistas.

Discursos
Para tentar retomar o comando Crispim discursa que seus ex-companheiros
históricos “querem o partido para entregá-lo ao prefeito Silvio Barros”. Mário
Hossokawa destaca que mesmo sem ser presidente, Crispim já entrega o partido
para o empresário Edmar Arruda, peemedebista que nem sabe o que é o PMDB, pois
foi filiado há dois meses porque prometeram reservar para ele a vaga de
candidato a prefeito de Maringá.

Uso e abuso
Para Hossokawa, esse tipo de atitude é que vem matando o PMDB há anos, como na
eleição passada, quando Crispim se colocou a serviço de dois candidatos a
deputado de Curitiba, sem respeitar os interesses e as necessidades do PMDB de
Maringá e os candidatos locais.

Longe da briga
Tendo em vista que Crispim foi recentemente destituído da direção local do
partido e que há um grande racha, até o maioral do PMDB no Paraná, governador
Roberto Requião, mesmo tendo seu nome na chapa do ex-presidente, mantém-se à
distância da disputa. Só quer saber do resultado de hoje.

Desconsideração
Se houver renovação pode ocorrer algum desconforto ao governador. Afinal,
enquanto o comando local era o histórico, Requião não precisava se preocupar
com o PMDB de Maringá. É só observar que em seu segundo mandato consecutivo,
nem no primeiro, nem no atual foi forçado a colocar peemedebistas de Maringá em
cargos de primeiro escalão, no secretariado estadual.

Representantes
O governador apenas acomodou Miguel Grilo em cargo de segundo ou terceiro
escalão no Detran, e Crispim, em Maringá, na secretaria do Meio Ambiente. Já os
aliados do PT foram muito mais respeitados pelo governador que os companheiros
do PMDB: os petistas de Maringá conseguiram a Secretaria do Planejamento (Ênio
Verri) e a Região Metropolitana (João Ivo Caleffi).

Rescaldo
Em consequência dessa fraqueza do PMDB local, os adversários históricos do PT
ganham a dianteira para a próxima disputa eleitoral. Com duas secretarias
estaduais os petistas têm maior força. Com cargos de bastidores, sem
importância e visibilidade, o PMDB tenta cavar um nome com chances reais de
disputar a Prefeitura de Maringá, para evitar uma possível aliança onde
entraria com um vice para candidato do PT.

Grande ausência
Mesmo o nome que o candidato a presidente Crispim ungiu para ser candidato a
prefeito de Maringá está ausente do pleito de hoje. Edmar Arruda está no
exterior, tratando de negócios particulares.

Candidatura
Para o candidato a presidente Mário Hossokawa, se vencedor o nome de Edmar não
estará descartado por ter sido ungido pelo adversário: “Não serei eu quem
decidirei qual será o candidato do partido. Por questão de hierarquia, a
escolha passará pela Executiva Estadual. E por questão de respeito, todos os
nomes sugeridos serão submetidos aos filiados do PMDB de Maringá. Não me
candidatei para ser dono do PMDB. Me candidatei para melhorar o partido
exigindo o lugar que ele merece, e para agir democraticamente com todos os
companheiros.

Força
Segundo Hossokawa, o PMDB de Maringá está tão combalido por falta de oxigenação
democrática que o último deputado estadual que elegeu foi Ferrari Júnior. E
para um partido que já teve prefeitos e até doze vereadores, ter apenas dois
edis atualmente na Câmara Municipal é clara indicação de que algo está muito
errado no partido.

Quem ganha
Na opinião do presidente estadual do PHS, vereador Valter Viana, que acompanha
os dois lados da disputa do PMDB local, tudo indica que haverá a tal oxigenação
do partido: “Pelos peemedebistas com quem tenho conversado, muitos deles
reclamando, vai haver renovação. A chapa do Mário Hossokawa está muito forte e
simpática para o pessoal do partido”.

Vaias
As seis vaias que embotaram a intenção de discurso do presidente Lula no
Estádio do Maracanã, mostraram os gritos do Brasil que não acredita em pesquisas
encomendadas de opinião pública sobre a qualidade dos governantes e o índice de
satisfação popular.

Castigo
Ser vaiado vá lá. Mas ser vaiado por um Maracanã lotado não é privilégio para
qualquer um. E os atletas, familiares e público representam uma amostragem
brasileira. Perigo é que a coisa degringole.

Respeito é necessário
Queiram ou não, é preciso respeitar o presidente da nação brasileira. Cá entre
nós, acho que foi a reação de uma área, a esportiva, que não admite a
interferência de um representante do que considera área política que na verdade
comanda todas as outras áreas. Lula compareceu também por obrigação do cargo.
Não merecia tamanha desconsideração.