14.7.07

Coluna do Ronaldo Nezo (domingo)

Saúde
A repórter Luciana Pena, da CBN Maringá, fez uma reportagem sobre o drama de quem recebe atendimento no Hospital Universitário de Maringá. Entretanto, a matéria aborda ainda o outro lado: a pressão sofrida pelos funcionários do HU.

Drama
O superintendente do hospital, José Carlos Amador, foi bastante realista: o problema é muito grave. As macas nos corredores já foram institucionalizadas. Ou seja, ganharam até números. Alguns funcionários, para agüentar a pressão, têm tomado medicamentos de tarja preta. No ano passado, três servidores do HU morreram.

Leitos
Segundo o médico Daoud Nasser, ex-superintendente do hospital, o HU carece de maior estrutura física, mais leitos. Mas ele lembra que um documento do Ministério da Saúde, recentemente, declarou que Maringá não precisa de novas vagas pelo SUS. Então, dá para acreditar que esse drama vai ter solução algum dia?

Leitos II
Ainda sobre este assunto, achei curiosa a informação dada pelo secretário de Saúde de Maringá, Antonio Carlos Nardi. Em entrevista à CBN, disse que faltam entre 60 e 70 leitos hospitalares na cidade; já em outra entrevista, a um dos jornais da cidade, comentou que a necessidade era de 120 novas vagas.

Trânsito
Nessa última semana, a Câmara de Maringá deveria ter votado o projeto para o aumento do número de agentes de trânsito. Ou seja, se não tivesse sido retirado de pauta, a proposta para ampliação do efetivo de 30 para 60 estaria praticamente definida. Na prática, os vereadores sairiam em recesso e restaria apenas ao Executivo implementar as alterações no sistema de fiscalização. Como houve o pedido para retirada da pauta, a proposta só será votada quando os vereadores retornarem ao trabalho, no início de agosto.

Adiamento
O adiamento da votação desse projeto ocorreu porque os vereadores querem que o secretário de Transportes, Walter Guerlles, vá ao Legislativo explicar o motivo para o aumento do número de agentes.

Estranho
Cá com meus botões, não entendi muito essa iniciativa dos nobres parlamentares. Todo cidadão maringaense sabe que faltam agentes de trânsito - mesmo que não goste muito da ação empreendida por eles. Embora o efetivo seja de 30, na prática, estão atuando 23. Uma cidade com frota superior a 170 mil veículos e que é pólo de uma região com várias cidades não tem como dar conta dos problemas do trânsito com esse número de agentes.

Dinheiro
A Receita Federal libera amanhã o segundo lote de restituições do Imposto de Renda. O dinheiro será creditado na conta corrente dos contribuintes. Na região de Maringá, serão beneficiadas 2.647 pessoas. No total, as restituições somam R$ 2,8 milhões - média de R$ 1.082,00 por contribuinte.

Idosos
Notícia boa a gente tem que dar, reproduzir, fazer barulho… Veja que legal: os aposentados terão uma linha de crédito especial para viajar pelo Brasil. Esse financiamento deverá ter juros baixos - até 1% ao mês -, carência de seis meses para começar a pagar e chance de parcelar em até 24 meses. A Caixa Econômica Federal deverá ser a agência financiadora. O programa pode ser lançado já no mês de agosto.

Racismo
Sou a favor da luta pela valorização da imagem do negro na sociedade. Contudo, há exageros. Quem faz parte desses movimentos tem muitas vezes confundido as coisas. Por exemplo, um promotor da Bahia denunciou a TV Globo por racismo. Motivo? As cenas de açoitamento dos escravos que foram ao ar na novela Sinhá Moça.

Herança
Ninguém em sã consciência pode dizer que o Brasil está livre do racismo. Há muita coisa velada. O negro tem sido, historicamente, discriminado. Contudo, isto tem muito a ver com as poucas oportunidades sociais recebidas - herança do regime de escravidão que imperou por cerca de três séculos.

Excessos
Por isso mesmo, concordo que é preciso lutar por políticas públicas que permitam o acesso do negro à educação e ao trabalho digno. Entretanto, o fato de uma novela retratar o que foi uma realidade de nosso país no passado ou mesmo alguém cantar uma música como “Nega Fulô” a uma mulher negra não pode ser considerado racismo. Afinal, ninguém processou Gabriel Pensador por “Loira Burra” e nem os autores de piadas de loiras, portugueses e gagos.