30.8.07

Jornalismo participativo

(Via ex-blog de Cesar Maia)

Trechos da entrevista de Dan Gillmor, considerado o guru mundial do jornalismo cidadão, ao jornal El Tiempo da Colômbia:

1. O jornalismo cidadão é muito importante nas democracias frágeis ou imaturas, por causa da tendência dos governos interferirem na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa. Uma imprensa forte e confiável, que inclua as organizações com um papel nos grandes meios tradicionais de comunicação, é necessária para qualquer democracia prosperar. Não vejo como o jornalismo cidadão pode funcionar bem num vazio, sem um sentido de liberdade de imprensa em geral.
2. Também podem convidar o público a participar do próprio processo de jornalismo, solicitando ajuda para histórias e investigações. Levar o jornalismo aos leitores poderia melhorar a qualidade e a credibilidade do repórter, caso isso se faça de maneira correta.
3. Os blogs, que focam temas de nicho (tais como a tecnologia), estão provando ser rentáveis. Também há grandes organizações, como OhmyNews. Investidores estão colocando grandes quantidades de dinheiro nesse campo. Mas é um pouco cedo para dizer que sabemos quais os modelos de negócios autônomos vão funcionar.
4. Sim, necessitamos ajudar os jornalistas cidadãos a entender os princípios do bom jornalismo.
5. A ameaça ao jornalismo tradicional é mais financeira do que jornalística, pois as novas categorias de companhias estão tomando conta das receitas da publicidade. Não estou a favor de substituir o jornalismo tradicional, porque sinto que o necessitamos. Mas acredito que um ecossistema de mídia mais diversificada é uma boa coisa, especificamente para o público.
6. Como assinalei, creio que a participação do público é essencial para o futuro do jornalismo tradicional na maioria dos casos. Uma coisa que sabemos que não funciona bem é montar a página web e esperar que a gente a use.
7. Que poderia aprender o jornalismo de experiências, como YouTube, Wikipedia, MySpace, e inclusive eBay? Principalmente o valor das redes e a conversação.