28.8.07

Os velhos tempos

REGINALDO DIAS

Ler notícias do meu velho amigo João Takeo, hoje residente no Japão, deixou-me nostálgico. Lá pelos idos de 1973 e 1974, estudamos juntos no Colégio João XXIII. Tenho recordações muito boas desses tempos de escola. Tivemos o privilégio de conviver, por exemplo, com o maestro e professor Otani, que tornava, com seu acordeom, mais interessante a atividade cívica de cantar o Hino Nacional. Quando comecei a estudar lá, a quadra de esportes estava em reforma. Nas aulas de educação física, fazíamos corridas que iam até as imediações do antigo lixão, onde hoje se localiza o Cesumar. Reformadas as quadras, aproveitávamos todos os momentos para jogar futebol. Todos menos os das aulas de educação física, quando nos conformávamos com o Handball. O colégio tinha um timaço nessa época. Aliás, seja no futebol, seja no Handball, havia abundância de craques, entre os quais, claro, eu não me incluía. Takeo era dono de uma impressionante coleção de gibis da Ebal (Editora Brasil América), da qual constavam vários números do Homem Aranha e do Quarteto Fantástico, para citar os heróis que ainda fazem sucesso. Takeo interrompeu seus estudos no ensino fundamental e procurou outros caminhos. Quando ele era fotógrafo, voltamos a ter contatos. Zé Marcos Sassaki, seu primo, seguiu carreira acadêmica. Formou-se em Física pela UEM e, pelo que sei, é importante pesquisador da área.

Devo a João Takeo o convite para ingressar no corpo de coroinhas da Igreja São José, do qual ele já participava. Eu me lembro até do dia em que participei da primeira reunião dos coroinhas, em abril de 1974. Muito solícito, Takeo me apresentou aos colegas. Ao João Carniel, sem perceber, ele me apresentou umas três vezes. Na última, Carniel alertou: “de novo?”. Esse era o João Takeo, gentil e desatento. Participar da comunidade da Igreja São José foi uma fase decisiva em minha vida. Depois do período de coroinha, participei de um grupo de adolescentes, o Vijoc -Vivência Jovem Cristã e da Pastoral da Juventude. De maneira geral, formei minha consciência humanística nesse período. Na PJ, aliás, iniciei minha formação política, por conta do contato com a Teologia da Libertação. Fico imaginando como seria minha vida sem o convite para participar do grupo dos coroinhas.

Um abraço ao velho amigo.