3.9.07

Prefeito apresenta projetos e realizações do Parque do Ingá para vereadores

ARIANA ZAHDI/PMM

O prefeito Silvio Barros convidou vereadores para reunião na tarde desta segunda-feira (3), para falar sobre o Parque do Ingá. Estiveram presentes John Alves, Norma Deffune, Humberto Henrique, Marcia Socreppa, Mario Hossokawa, Aparecido Domingos Regini, Odair de Oliveira Lima, Altamir dos Santos e Chico Caiana, além do secretário do Meio Ambiente e Agricultura, Diniz Afonso, diretora de Meio Ambiente, Lídia Maróstica e a gerente do Parque do Ingá, Anna Christina Faria.
O prefeito destacou que a iniciativa da Câmara Municipal em se preocupar com o destino do Parque é louvável: “Fiquei entusiasmado com a intenção da Câmara em querer saber o que pode ser feito e decidi fazer o convite aos vereadores para que, antes de visitar o Parque, tenham a oportunidade de ver o que foi feito e o que pode ser realizado no local”. Mostrou aos representantes do Legislativo o intuito de incrementar o local, promovendo manutenção correta, segurança e lazer. “Destaco que o papel da Prefeitura é fiscalizar e não explorar o local, por isso pensamos em conceder o local para exploração, com garantia de conservação ambiental, manutenção impecável e na condição de não haver cobrança para entrada”, reforçou.
Afirmou, ainda, que poderão ser explorados, de acordo com o que preconiza o plano de manejo que está sendo elaborado, ou seja, sem prejuízos ambientais, atividades recreativas e de lazer, restaurante e loja de souvenir, por exemplo: “Temos que repensar o Parque com novos equipamentos e atividades com maior capacidade para atrair pessoas da cidade e também de outros municípios. Já foi encomendado um estudo de viabilidade econômica para a realização da concessão, porém o processo está dependendo da entrega da revisão do plano de manejo”.

PLANO
O plano de manejo é uma exigência do Sistema Nacional das Unidades de Conservação e deve ser revisto a cada cinco anos. O do Parque do Ingá não era revisto há 13 anos. O documento prevê ações para o uso público do Parque, através de zoneamento, recomendações para atender à legislação das unidades de conservação. Ele define ações que deverão ser empreendidas para nortear o uso do Parque, definir as áreas de recuperação, as que podem ser utilizadas e as que devem ser preservadas com rigor. É o plano que dá as diretrizes para a manutenção do Parque como uma área de conservação. O trabalho com o plano de manejo está amparado legalmente e cientificamente, pois a equipe do plano é soberana nas decisões, uma vez que foi aprovada pelo Ibama.

AÇÕES
A gerente do Parque, Anna Christina Faria, apresentou as ações realizadas pela atual administração no local. Com o longo intervalo sem revisão do Plano de Manejo, a administração do Parque realizou, no ano passado, revitalização que contemplou a reforma do Jardim Japonês. O lago do Jardim Japonês, que estava seco, foi limpo, voltou a ter água e peixes. A ponte foi recuperada e pintada.
Também foram implantadas placas de identificação dos animais. O piso de cimento dos recintos foi substituído por terra e folhas e as casas de cimento por madeira, de maneira que os animais fiquem protegidos de vento e umidade. Foram construídas pelos próprios funcionários, sem custos para o município. A ação não só proporcionou melhoras no comportamento dos animais como aumentou a área permeável do parque - que influencia na recarga do lençol freático - e diminuiu o consumo de água do parque, uma vez que os recintos eram lavados diariamente em virtude da higiene e cheiro forte provocado pelas fezes e urina dos animais. Além dessas melhorias também foi realizada construção de quarentenário para animais, troca de poleiros de metal por madeira em todos os recintos das aves, aumento dos recintos da macaca aranha e dos macacos-pregos e pintura dos recintos.
Outra ação feita no local foi o controle dos cipós, que sufocam as árvores. A gerente do Parque, Anna Christina Faria, conta que se não forem bem controlados, os cipós chegam a abrir clareiras no meio da mata.
A valorização dos funcionários passou a ser um ítem primordial nesta administração. A gerente do Parque ressalta que os servidores têm recebido treinamentos e, com isso, a auto-estima deles está melhor. Além desses treinamentos, agora os funcionários do local também recebem alimentação pela manhã, e dispõem de uniforme e equipamentos de proteção para realizar seu trabalho.
Outra das modificações referente ao Parque do Ingá foi a construção de uma passarela que liga o histórico portão de acesso à Vila Operária ao lago, no interior do Parque. A passarela facilita o acesso da população e especialmente dos alunos da Apae, que utilizam o parque para fazer atividades. Por isso, a passarela foi dimensionada de maneira que cadeiras de rodas possam circular pelo local.
A segurança dos visitantes do Parque também aumentou, com quatro guardas florestais que circulam de bicicleta no interior do local.
Foi retirada do Parque a construção realizada na administração passada em área de nascente, no Recanto dos Pioneiros, onde, de acordo com a gerente, “o madeiramento era inadequado, não tratado, oferecendo riscos a população, além de estar em área de nascentes”.
Além disso, foi instalado um centro de educação ambiental, com monitores dos cursos de ciências biológicas da Universidade Estadual de Maringá - UEM e CESUMAR. No local são recebidas, diariamente, centenas de crianças que, acompanhadas por monitores, aprendem sobre temas escolhidos pelos professores das escolas onde estudam, como continuidade do conteúdo que as crianças recebem em sala de aula.
Nesta administração foi recuperado um vagão do trenzinho que estava há 5 anos parado no parque, sem utilização. A construção de sanitários para atender os visitantes também foi realizada no período. A gerência do Parque ainda destaca que sempre que se nota escoamento no local, comunicando os responsáveis para vistoria e com acompanhamento fotográfico para detectar possíveis causadores.
De acordo com o plano de manejo os animais do Parque, mesmo com as melhorias realizadas nos recintos, ainda estão em espaço inadequado. O grupo que está elaborando a revisão defende que o ideal para a qualidade de vida dos animais é a destinação para um novo espaço. O ideal é que os 200 animais que vivem em cativeiro sejam destinados pelo Ibama para locais onde tenham um par, para propiciar a reprodução. “O espaço do Parque é pequeno e é inviável manter o zoológico no local, pois para isso seria necessário devastar área verde, o que não é possível”, destaca a gerente.

PESQUISAS
Pesquisas científicas foram outro fator contemplado pelas alterações no Parque do Ingá. Anna Christina declara que os técnicos da Secretaria do Meio Ambiente desenvolveram vários projetos de pesquisa científica, em parceria com as instituições de ensino superior de Maringá. A novidade foram os levantamentos das espécies de morcegos e répteis do Parque. “Os morcegos são mamíferos dispersores de sementes, por isso quisemos saber quantas espécies estavam presentes no Parque do Ingá”, ressalta. A bióloga conta, também, que entre morcegos e répteis, foram descobertas, inclusive, espécies não descritas no Paraná. Para fazer o levantamento, os pesquisadores trabalham no Parque durante a noite.
Outro estudo realizado é o levantamento das espécies de aves do Parque do Ingá. A atualização de um “censo” realizado nove anos atrás. A identificação e a observação são feitas, em diferentes pontos, dentro e fora da unidade, com auxílio de binóculos. “Descrevemos o comportamento, as características físicas, fotografamos e gravamos os cantos dos pássaros”, diz a gerente.
Também foi realizado levantamento de anfíbios, quando foi descoberta uma espécie que não se encontra em outro parque da cidade, mas que está com sua população em declínio, ou em virtude da presença da predação pelos gansos ou em virtude da retirada de 50 toneladas de barro do lago do jardim japonês, em outra administração municipal.
Anna Christina destaca que os estudos científicos são importantes ferramentas de apoio para preservar e melhorar a estrutura do Parque. Tanto para os animais, como para os visitantes. “As pesquisas nos ajudam a oferecer melhores condições de vida aos animais, à preservação da vegetação e nos fornece informações acerca do manejo que terá que ser adotado”.
Foram, ainda, adicionados projetos aos subprogramas como levantamentos da população de quatis e cotias; realizados estudos com as garças migratórias; levantamento da qualidade de água do lago; levantamento das espécies de peixes do lago; levantamento do fitoplâncton do lago; realizado o levantamento do zooplâncton do lago; estudo de parasitas de peixes do lago; proposta da educação ambiental do parque; estudo e o projeto de recuperação das erosões; propsotas da área de uso público do Parque.