12.10.07

O dia que Renan teve um orgasmo quádruplo

MARIA NEWNUM

Exploradas as variadas fontes de análise sobre o caso Renan Calheiros; cabe uma de cunho sexual:
Primeiro, Renan enfeitou a cabeça dos brasileiros.
Sua esposa apareceu diante do país num misto de Amélia que une todos os traídos da nação. Após a absolvição vergonhosa pelo Senado, (ou seria casa adúltera?) lá estava ela, a espera do maridão para férias “merecidas” em Maceió; como se nada tivesse acontecido.
Os brasileiros, tal como ela que se fez de rogada diante do chifre nacional, se comportaram como as Amélias da vida. Do contrário, Renan precisaria de escolta policial para deixar o Senado. Mas que nada. Saiu faceiro, com a mesma cara risonha e debochada que mostrou durante os dias “quentes” que antecederam a votação que o livrou da cassação.
Vamos aos fatos: Nesse dias, pela cara sempre risonha e lasciva, Renan, parecia um garanhão que segurava a ejaculação, esperando o momento propício para soltar seu “vigoroso esperma”. Renan sabia que iria gozar (rir) gostoso; por isso segurou, segurou e não cedeu aos apelos de renúncia.
No momento que foi absolvido, simbolicamente, “ejaculou” com toda energia... Conseguiu um orgasmo quádruplo; gozou (riu) da cara da amante, da esposa, da nação e lógico, da cara do Senado. Nossa! Gozo quádruplo! Quantos mortais já experimentaram essa façanha?
Contudo, os amantes genuínos se especializam em coisas únicas: orgasmos únicos com uma única mulher. Os genuínos e “potentes” amantes da política não pulam a cerca – em nenhum sentido do termo; primam pela fidelidade partidária, conjugal e ética; inclusive.
Só os impotentes (políticos e sexuais) buscam subterfúgios compensatórios para encobrir suas “impotências”.
Desde o início da crise Renan revelou suas fraquezas políticas e sexuais: Na política partiu para a força bruta; manipulando as investigações do Senado, fazendo toda sorte de intrigas e ameaças veladas e agora surgem denúncias de espionagem encomendada aos opositores. “Ele se acha um Deus...” afirmou um dos Senadores vigiados. No campo da sexual, dispensam-se comentários. Quem dá conta de uma, não precisa de duas, nem de três. Quatro? É o fim...
O clímax revelado nesse folhetim de segunda é de uma Nação que, na ausência de ações efetivas de seus Senadores, mais uma vez assumiu a condição de “Amélia”; de gente boazinha que aceita tudo calada; sem armar nem se quer um barraco diante das peripécias do “marido” aliançado pelo voto.
Os brasileiros assumiram a condição de Amélias seduzidas pelos brilho das alianças de “ouro” colocadas em mãos calejadas no período eleitoral. Descobertas as promessas não cumpridas; qual esposas traídas e dependentes; resignaram-se mais uma vez. Agora Renan, por conta das pressões da “Casa” (ou seria casa da Luz Vermelha?) se ausentará por 45 dias em licença paga pelas Amélias do País.
Renan não enfeitou somente a cabeça da esposa. Houve um “quádruplo chifre nacional”: da esposa, da amante, do Senado e da Nação. É muito esperma para pouco homem.
É a realidade da “Terra Brasilis”.
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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, integrante do Movimento Ecumênico e do grupo de diálogo Inter-religioso de Maringá e Coordenadora do Café Teológico. - http://cafeteologico.blogspot.com/ Para comentar ou ler outros artigos acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/