26.1.08

A democratização da Mídia e a criminalização dos Movimentos Sociais

Há 40 anos morria Che Guevara. Mais precisamente no dia 9 de outubro de 1967. Seria de se imaginar que a data representasse um marco para homenagens, lançamentos de biografias e filmes. Mas os setores conservadores da mídia brasileira, para marcar sua clara posição ideológica, promoveram na verdade uma ofensiva difamatória contra o líder revolucionário.
Em destaque a Revista Veja, que na Edição 2028 de 03 de outubro de 2007, trouxe na capa uma reportagem, no mínimo mentirosa, sobre Che Guevara. Com o título: "CHE – A farsa do Herói – verdades inconvenientes sobre o mito do guerrilheiro altruísta, quarenta anos depois de sua morte", a matéria despertou indignação e revolta de jornalistas, intelectuais e professores. Menos pela evidente deformação dos fatos, manipulação de informações e fontes contaminadas, e muito mais pela ideologia tendenciosa e preconceituosa que parece apenas refletir a linha editorial do veículo e de seus donos.
O discurso perverso e envenenado que criminaliza movimentos sociais, manipula dados e ridiculariza manifestações de classe, deixa clara a necessidade premente de expansão da comunicação no Brasil. É preciso que outros setores tenham voz e que sejam ouvidos. O diverso precisa ser exposto e a grande imprensa, e seu tal poder "formador de opinião", deve ser contestada, retrucada à altura. Não pela via da censura ou mordaça, mas pela democratização da informação.
Nesta luta, os Movimentos sociais brasileiros, juntamente com o Coletivo Intervozes e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação foram às ruas no dia 5 de outubro para exigir democracia e transparência nos processos das concessões de rádio e TV.
A Campanha nacional sob o mote "Concessões de rádio e TV: quem manda é você" pretende discutir com a população o caráter público das concessões de rádio e TV e denunciar uma série de irregularidades praticadas pelas empresas na exploração do serviço de radiodifusão.
Muito além da discussão sobre as concessões, o que está sendo apresentado à sociedade brasileira é a necessidade de um processo efetivo de democratização dos meios de comunicação. Afinal, as arbitrariedades e práticas ilegais no uso das concessões se somam à ofensiva de criminalização dos movimentos sociais. Por desejo, superação e obrigação moral, as mídias alternativas se manifestam, e têm se desenvolvido e conquistado respeito. (Fonte: http://www.contee.org.br/)
Em Maringá não é diferente. O Diário, jornal de maior circulação da cidade, demonstra inconteste apoio ao prefeito e à maioria dos vereadores, agindo de forma tendenciosa e reprovável. Da mesma forma, a rádio CBN, manipula as notícias veiculadas com o claro intuito de esconder do povo maringaense as atrocidades cometidas pela atual gestão municipal, trabalhando como se fossem a ‘assessoria de imprensa’ da própria administração, isso sem mencionar os outros veículos de comunicação de menor circulação. Em contrapartida, temos o crescimento espantoso da ‘blogosfera’, que tanta cumprir o papel de transparecer os abusos dos nossos governantes, tendo como exemplos "O Inconformado" (www.noticiasdaprovinciamaringa.blogspot.com) e o jornalista Ângelo Rigon (www.angelorigon.com.br).
Por isso, no dia da Ação Social, que encerra uma semana de atividades do Fórum Social Mundial, a União da Juventude Socialista de Maringá e a União Maringaense dos Estudantes Secundaristas fazem sua parte pela DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA, também em nossa cidade.