4.2.08

Carnaval? Pulo... fora

Luiz Carlos Rizzo

Eu confesso.
Quando jovem, solteiro, esperava com muita ansiedade a chegada do carnaval. Dos cinco dias de folia (ou bagunça?), tinha um compromisso comigo mesmo: pular e festar entre duas ou três noites.
Se não fosse assim, ficava em débito comigo mesmo. Me sentia mal e fracassado.
Não convertido, jovem com muita energia, me entregava de corpo e alma à festa da carne. Tomava (quase) todas e mais um pouco, saia "à caça" e a noitada de carnaval não terminava bem se eu, ao final, ficasse sozinho.
Depois de casado, talvez por costume, costumava pular carnaval pelo menos uma noite.
Mas, admito, já não achava muita graça na festa da carne. (Carnaval vem do italiano carnevale: festa da carne)
Após a conversão, tudo mudou, graças a Deus. Hoje, dou um mergulho no passado e vejo que besteira é o carnaval. Pelo menos pra mim. Opinião pessoal e intransferível, tal como a salvação eterna.
Por que considero o carnaval uma besteira? Simples: a pessoa fica rodopiando no salão feito um peru, dançando tal como um frango destroncado, enchendo a cara para acordar com a cabeça inchada e com uma desafinada orquestra de bumbos batendo feito martelo dentro do cérebro: tum...tum..tum...Haja aspirina, mau humor, fadiga, corpo pesado, dia modorrento...Que ressaca terrível! Que vazio enorme!
Antes que me rotulem de reacionário, esclareço: quem quiser pular o carnaval, nada contra. Cada um, dentro de sua individualidade e sem prejudicar o próximo, pode fazer o que quiser. Senão, não haveria o tal do livre arbítrio.
Mas, cá entre nós, não vejo graça nenhuma no Carnaval. Entre saracotiar o corpo, que é templo do Espírito Santo, por que não aproveitar estes dias para descanso, mais oração, reflexão e/ou um passeio agradável com a família?
Do ponto de vista espiritual, o carnaval perde de goleada para os princípios cristãos. A festa de Momo é rebaixada pra segundona tal como o (meu) incorrigível Corinthians. Sem dó!
Historicamente, o carnaval foi criado em rituais pagãos para adoração de falsos deuses. Mesmo porque, Deus é um só, Criador do Universo e de cada um de nós, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso único e suficiente Salvador.
Carnaval é estar na carne e não no espírito. Portanto, é estar longe da vontade de Deus. Não por acaso que as cenas mais comuns, nas festas carnavalescas, são: pessoas bêbadas, sorrindo não sei de que, danças sensuais, músicas de mau gosto e de forte apelo sexual, nudez, libertinagem...de conseqüências terríveis em muitos casos.
Tudo bem que o carnaval (sempre com c minúsculo) gera mais empregos, traz mais turistas ao país, mas – para o cristão – esses benefícios são secundários do ponto de vista espiritual.
Que tal alicerçarmos nossa posição anticarnaval recorrendo à Bíblia Sagrada?
Na carta aos Efésios, no capítulo 5, versículo 8, Paulo, antigo e feroz perseguidor de cristãos e nova criatura em Cristo Jesus e inspirado pelo Espírito Santo, nos alerta:
"Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor: andai como filhos da luz".
Portanto, se sou convertido (e não convencido) eu dou um bico no carnaval. E oro para que mais e mais pessoas abandonem esta festa pagã por ser frontalmente contrária à Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo dá mais uma dica pra ficarmos longe da festa da carne. Na carta aos cristãos de Roma, capítulo 8, versículos de 5 a 8, esse culto e cidadão romano deixa outra importante mensagem vinda dos Céus, portanto, de Deus:
Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são do espírito inclinam-se para as coisas do espírito(Rm 8.5-8).
Quer mais um motivo bíblico para pular fora da festa da carne? Vai lá em 1 Coríntios, 6,20:
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
Carnaval? Tô fora! Que a Graça do Senhor Jesus Cristo me sustente para que eu possa honrar mais esse compromisso cristão até o meu último suspiro nesta terra.
Afinal, como encontrar alegria numa festa pagã que nos afasta de Deus?
Espero que meu propósito seja o mesmo de um número cada vez mais de pessoas que já descobriram a falsa alegria carnavalesca.
Amém?
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Luiz Carlos Rizzo é jornalista e cronista em Maringá