Santa Felicidade: Onde está a verdade? Parte I
Com tantas contradições, omissões de fatos, e dúvidas de como foi elaborado, apresentado, e aprovado o Projeto para obtenção de recursos do PAC para obras de revitalização do Santa Felicidade, e após ouvir, e ler diversas manifestações do Prefeito Silvio Barros em entrevistas a rádio, televisão, assistir sua exposição na Câmara Municipal, ler os diversos posts e comentários neste blog, reportagens em jornais e a última entrevista concedida pelo Secretário Enio Verri, um questionamento não quer calar: Onde está a verdade?
Isto nos dá o direito de fazer conjecturas, e o texto a seguir são meras elucubraões na procura da verdade, o que de fato teria acontecido. Há quem diga que tudo começou com a sede de verbas do Deputado Ricardo Barros, o que seria muito saudável se estivessem em jogo apenas os interesses do povo.Nós sabemos o porquê desta volúpia por liberação de recursos públicos.
Mas como? Favelas? Aqui não temos. Pessoas em extrema pobreza, morando em casebres em ajuntamento urbanos? Aqui não temos. Ricardo pensou, pensou e lembrou que alguns empresários que estavam vendendo lotes de um condomínio de luxo nas proximidades de um bairro, que se não é favela, tem uma fama não muito boa e volta e meia está nos noticiários policiais, especialmente quanto ao trafico de drogas, embora de droga de pobre, o crak.
Ricardo pegou o telefone e ligou para o irmão. Dizendo: - Se vira, monta um projeto para conseguirmos verbas do PAC. Vamos ‘revitalizar o Santa Felicidade’, passou as coordenadas gerais e deu uma semana para conclusão . Silvio chamou o Guatassara e repassou a ordem. O Guatassara confidenciou a um amigo que foi difícil, mas conseguiram montar o projeto que ficou muito bom, inclusive atendendo a todas as condiões do programa e para impressionar juntaram até as fotos dos casebres em que só pessoas em extrema pobreza e risco social poderia morar.
Mas existia mais um problema. O projeto tinha que ser apresentado numa reunião em Brasília com o Governador Requião que levaria tudo que fosse do Paraná. Como falar com o Governador? Sabemos que ele não engoliu muito bem o fato do Prefeito Silvio Barros e o Ricardo terem trabalhado para o Osmar e soma-se isso o fato dos dois terem feito campanha para Geraldo. Na época, se não estou enganado o Ricardo ainda não era um dos vice-líderes do governo, acho até que aceitou logo em seguida. E mais. Sendo um projeto de Maringá se não passasse pelo Enio Verri o Ministro Paulo Bernardo poderia vetar. Dinheiro a fundo perdido para os adversários? Nunca? Quem teria que conseguir seria o Ênio.
Então foi quando o Ricardo ligou para o Ênio de disse que tinha um projeto para que ele apresentasse em Brasília. Daí seguem a explicações do Enio:
O Projeto foi apresentado, o Requião, apesar de adversário, se comprometeu a entrar com R$ 2,5 milhões. O projeto que previa além de diversas obras que melhorariam as condições de toda a população do bairro, a construão de apartamentos para abrigar os que tivessem suas casas demolidas para alargamento as ruas. Ninguém sairia do bairro. Projetos de desfavelamento, revitalização ou outro nome que se queira dar, previstos no PAC, não retiram pessoas dos locais onde estão vivendo. É regra. Outra condição é sejam realizadas assembléias e tudo seja decidido pela comunidade.
Tudo aprovado. Noticiado com euforia. Governo libera R$ 20 milhões do PAC para obras de revitalizaão do Santa Felicidade. (O povo tem memória curta, mas eu não me esqueci) Era só para o Santa Felicidade. Não venha dizer agora que era para toda a cidade que isso nunca foi dito e não tem sentido.
Aí começaram os problemas, e as coisas foram ficando nebulosas. Aquele projeto fabuloso, com prédios que garantiam a permanência de todos no bairro era só para impressionar os técnicos que analisaram. Tudo mudou.
(continuamos na parte II para não cansar)
<< Home