10.2.08

Sem favelas, prefeito tenta justificar PAC

ANDYE IORE/Gazeta do Povo

Enquanto Maringá receberá R$ 20 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para aplicar em regiões que já contam com uma boa estrutura, a vizinha cidade de Sarandi (Noroeste do estado) não tem dinheiro para melhorar as condições de bairros com características de favela. É o caso do Jardim Social, conhecido como Mutirão, onde não há asfalto e nem rede de esgoto. “A renda familiar gira em um salário mínimo. São pessoas que trabalham informalmente como ambulantes ou na reciclagem de lixo”, disse a secretária de Urbanismo, Márcia Kauffmann, sobre o perfil dos moradores do bairro. São cerca de 150 casas com uma média de cinco pessoas em cada uma. 
Sarandi vai receber do PAC pouco mais de R$ 6 milhões para a rede de água e esgoto, somando R$ 8 milhões com a contrapartida. Valor que não é suficiente para resolver os problemas. “Vamos passar de 3% para 30% de cobertura de esgoto na cidade”, explicou o superintendente da Autarquia de Águas, Francisco dos Santos Lopes. O Mutirão, porém, não será contemplado dessa vez. 
Anteontem, o prefeito de Maringá, Sílvio Barros (PP), foi à Câmara de Vereadores explicar o projeto de reassentamento e desfavelização que será financiado pelo governo federal e deve beneficiar aproximadamente mil famílias em 15 bairros. O assunto tem causado polêmica porque não existem favelas na cidade. “Não escondemos do Ministério das Cidades que Maringá não tem favelas”, justificou Barros, que avaliou a polêmica como sendo já fruto de articulação política pelas eleições municipais este ano. Segundo ele, Maringá tem muitas famílias vivendo em situação de risco social