18.3.08

Meio Ambiente – Respeite os Limites – E dê olhos e boca à Lei

Elmo Fanhani

“Uma resposta ao advogado Paulo Sérgio Pereira no seu artigo do jornal “O Diário de 15 de março de 2008”

A humanidade nunca quis preservar o meio ambiente porque nunca se colocou como parte da Natureza, o ser humano sempre viveu na ilusão de que a Natureza sempre esteve ai para servi-lo.
A igreja, seja ela católica ou protestante, há muito deveriam ter interferido nesse assunto, mas preferiram ficar omissas, uma vez que também os instintos capitalistas religiosos contribuem para a degradação ambiental, mais ainda na manipulação da massa consumidora que hoje assola todas as partes do mundo.
A sociedade realmente, agora já está consciente do fato de que a Natureza está ameaçada. Até os empresários já perceberam isso. Ainda bem não é mesmo?
O Código Florestal, uma Lei que data da década de 60 é uma das Leis mais modernas do mundo no trato da preservação ambiental. E é uma Lei Brasileira! Veja você.
A educação ambiental no contexto do seu conteúdo vem apenas complementar o Código. Mas nisso você tem razão em discursar. Os políticos, empresários e demais interessados na exploração econômica pensam da seguinte maneira: “vamos construir, devastar, criar grandes empreendimentos... depois a gente faz educação ambiental e tudo está resolvido”. Não está.
E a destruição natural de nossos recursos já deveria ter sido considerada um pecado da alma a muito tempo. Mas as religiões só preferiram abrir os olhos pra isso agora. Ainda bem! Mais um aliado conquistado pelos ambientalistas que assim como eu, sempre nos consideramos parte da Natureza.
Incrível um seminarista, um padre, um bispo e até mesmo o Papa se colocar para fora deste contexto quando todas as outras religiões respeitam e aceitam-se como filhos da Natureza. Exemplos os budistas, induistas...
Jacques Custeau, ora meu caro, mais um ambientalista sonhador como eu! Que morreu pensando num mundo melhor.
E quando você fala em usar a lei para preservação ambiental, venho eu aqui lembrar do primeiro advogado ambientalista do Paraná. Um homem que morreu na casa dos seus oitenta e poucos anos defendendo a Natureza e o direito de todos terem um ambiente limpo e conservado, direito puro e simples de qualquer ser humano. Senhor Alberto Contar, um advogado assim como você, que fundou a primeira ONG do Brasil a defender os direitos daqueles que não tem direito nenhum, ou seja, as árvores, os animais, os rios... Um homem que idealizou projetos que hoje são copiados por Fundações, Oscips, e tantas outras instituições ambientalistas que não merecem levar o nome do maior ambientalista que o Paraná já teve. Que defendeu até o último momento da vida a idealização de um sistema sustentável e ao qual, poucos deram ouvidos a não ser por força da Lei.
O meio ambiente, realmente no seu limite, o maringaense ainda não percebe seus efeitos, mas logo sentirá.
A certeza de que as pessoas irão realmente se conscientizar de que é necessária uma preservação constante do meio ambiente, se dará através da educação ambiental, da criação de uma consciência ecológica privada do materialismo e do consumismo desenfreado, e não de políticas neo-liberais e capitalistas que nos afastam cada vez mais do nosso principal foco: a inserção do homem no contexto natural do qual ele é de modo inerente filho.


Elmo Fanhani
Maringá - Paraná - Brasil