31.3.08

Suicídio: coragem ou covardia?

VALCIR MARTINS

“Era uma manhã de sábado. Tocou o telefone e alguém atendeu. Do outro lado da linha, uma voz, embargada pela emoção, a duras penas, começou o diálogo.
Desejava saber o que a Doutrina Espírita tem a dizer sobre o suicídio. Qual seria, segundo o Espiritismo, a sorte daqueles que acabam com a própria vida. Disse que estava com o firme propósito de pôr fim à vida miserável que estava levando há cerca de dois meses. Salientou que sua falência fora decretada em cidade distante noutro estado, e, para fugir ao escândalo, mudou-se de cidade em busca de uma nova oportunidade, mas em vão.
Agora, segundo afirmou, deseja fugir definitivamente da vida, para resolver de vez por todas seus tormentos. Ouviu, da pessoa que o atendeu, em rápidas palavras, a posição espírita sobre o suicídio: Que este é uma porta falsa, e que aqueles que a buscam na tentativa de acabar com os seus problemas somente os agravam mais. Que só se consegue sair do corpo, sem sair da vida, que a continua pulsante no além túmulo. E que só quem nos colocou no mundo tem o direito de nos tirar dele, e esse alguém é Deus, nosso pai criador.
Ouviu, ainda, que sua falência só poderia ser decretada por ele mesmo, agora através do suicídio. Que homem algum poderia fazê-lo. Que a falência decretada fora a de sua empresa e que, seguramente, se continuasse a trabalhar com disposição conseguiria reverter a situação. Que Deus jamais nos abandona, muito menos nas horas difíceis da nossa caminhada. Que todos nós, sem exceção, temos um anjo guardião interessado em nossa vitória. Na vitória do espírito imortal sobre a matéria, sobre os vícios e equívocos.
O homem disse que havia perdido tudo, que estava na miséria, que nada mais lhe restava. A voz do outro lado voltou à carga dizendo que a miséria verdadeira é a miséria moral. E que somente poderemos assegurar que nada mais nos resta quando perdermos a dignidade.
O mundo pode nos tirar, tudo o que temos, mas jamais nos tirará o que somos, jamais logrará retirar conquistas verdadeiras, como a dignidade. Somente se nós o permitirmos, aceitando o convite da indignidade.
O homem refletiu um pouco, falou que lhe restavam os amigos e a sua casa, que estava em nome dos pais, já falecido, e resolveu voltar para a sua cidade e recomeçar.’(Texto do momento Espírita).
Casos como esse são uma constante na terra. Se você está enfrentando problemas semelhantes, não deixe de levar em consideração as orientações dos espíritos superiores; fuja do convite ao suicídio, como solução dos problemas, o suicídio é um terrível engano, por ser uma porta falsa. Uma vez consumado o suicida percebe o precipício que se abre à sua frente, pois segue vivendo os problemas, dos quais desejava fugir, e soma outros, pela falta de fé em Deus e pela rebeldia. Na morte natural os laços que unem o espírito ao corpo são desatados lentamente e no suicídio, violentamente, sem, contudo permitir que a alma se liberte.
Por esse motivo, o suicídio nunca valerá a pena. Roguemos, antes, a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.”

Valcir Martins-Administrador- Maringá- Pr.