17.5.08

Caseiro confessa que matou idosa a golpes de martelo

Vinte e seis anos depois de assassinar a própria noiva a facadas, o ajudante geral Benedito Curi, 58 anos, tornou a matar. Dessa vez, o alvo foi a aposentada Siqueko Ito, 73 anos, vítima de golpes de martelo dentro da residência dela no Jardim União da Vitória 1 (Zona Sul de Londrina), no último dia 8. Com as mãos algemadas para trás, o autor do crime foi ‘’apresentado’’ nesta sexta-feira (16) na 10ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina (PR).
Segundo o delegado-chefe da 10ª SDP, Sérgio Luiz Barroso, o caso começou a ser desvendado a partir da informação de que Benedito, contratado para ser caseiro numa chácara de Siqueko, teria feito amizade com a aposentada e passado a frequentar a casa dela todos os dias. De acordo com familiares, a nipo-descendente morava sozinha, tinha vários imóveis na cidade e era conhecida pela rigidez com os inquilinos.
Os policiais foram então à residência de Benedito, no Jardim Europa (Zona Sul), mas não o encontraram. Um homem que morava com ele informou que o colega não teria dormido em casa na noite que se seguiu ao crime. No lixo do ajudante geral, os investigadores encontraram duas notas fiscais de compra de telefones celulares em nome de Siqueko. ‘’Descobrimos que ele roubou dois celulares, um aparelho massageador e alguns gêneros alimentícios da casa da vítima’’, sublinhou Barroso.
Informado de que o suspeito estaria em Sorocaba (SP), o delegado-chefe enviou uma equipe àquela cidade com um mandado de prisão temporário. Benedito foi localizado na rodoviária. Ele confessou o crime e disse que teria matado a idosa depois de discutir com ela e levar um tapa no rosto. ‘’Ela tentou mandá-lo embora da casa’’, repassou Barroso. Diante da imprensa e bastante inquieto, ele não quis dar nenhuma declaração.
De acordo com a polícia, o homem de 1,40 metro teria matado a aposentada com quatro golpes de martelo na cabeça, por volta das 18 horas de uma quinta-feira - um dia antes de o corpo ser achado. A arma do crime ainda não foi encontrada. Um dos celulares da vítima, vendido para uma terceira pessoa, foi recuperado. Na casa de Siqueko, a polícia encontrou R$ 1,5 mil, ignorados por Benedito.
O ajudante geral passou sete anos preso após ser condenado por matar a noiva, em 1982. O motivo alegado teria sido uma traição. Ele teria praticado outros crimes: furto, pelo qual cumpriu mais dois anos de reclusão, e estelionato, cometido em 2001. Conforme Barroso, o último crime deve ser tipificado como latrocínio. A nova pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Vanessa Navarro - Folha de Londrina