26.6.08

61º Congresso da Associação Mundial de Jornais

Ex-blog do Cesar Maia

Trechos da matéria do Le Monde em 6 de junho:

1. Alguns donos de imprensa de todo o mundo se reuniram entre 1 e 4 de junho em Göteborg (Suécia) para o 61º Congresso da Associação Mundial de Jornais (AMJ) e para o Fórum Mundial de Editores. O principal assunto da reunião foi a reação dos donos de jornais, face à dinâmica da Internet. “A exploração máxima destas novas oportunidades multimídia tornou-se uma aposta para empresas de imprensa”, escreveu a AMJ. As receitas provenientes de atividades eletrônicas representavam, em 2007, 13,7% do faturamento do Washington Post (4,2% em 2002) e 8,1% o do New York Times (2,4% em 2002), segundo Borrel Associates. O grupo Le Fígaro, teve 13% de sua receita com a área eletrônica em 2007, prevê que o faturamento aumente para 20% em 2010.

2. Em forte queda com o impresso, as receitas com publicidade prosseguem sua progressão com o eletrônico. O celular também representa uma oportunidade: as receitas com publicidade poderiam atingir 11,4 bilhões de euros em 2011, segundo Telenor. Mas, “a publicidade não será suficiente, prevê Pierre Conte, diretor geral de atividades eletrônicas e de publicidade de Le Fígaro. Serão necessárias novas receitas na Web com o desenvolvimento de serviços em torno da marca.

3. A evolução de formas de trabalhar esteve ao centro dos debates de donos de jornais “O modelo de integração de salas de redação parece dominante”, ressalta Vincent Giret, diretor editorial multimídia de Lagardère Active. “Mudamos nossa maneira de fazer jornalismo”, explica Xavier Moreno, responsável do site de El País. Le Monde, mantém duas organizações independentes.

4. Le Fígaro reforçou a cooperação entre os dois apoios: as duas redações coabitam, mas permanecem autônomas, e ambas dependem de apenas uma redação geral. “Nosso credo é sempre reforçar nosso trabalho no papel. Apenas o quotidiano, que representa 34% do faturamento do grupo, ainda é a nave mãe, mas é necessário desenvolver o que existe ao seu redor”, insiste Francis Morel, diretor geral de Le Fígaro”.

5. Ainda assim as condições de trabalho do jornalista são diferentes entre um quotidiano e um site de Internet. No primeiro caso, ele organiza seu trabalho em função da hora de fechamento; no segundo, ele trabalha 24 horas por dia.