A comissária Rousseff encrencou-se na Varig
De Elio Gaspari:
A denúncia de Denise Abreu, ex-baronesa da Anac, acusando a comissária Dilma Rousseff de ter empurrado goela abaixo da agência a qualificação da VarigLog para comprar a Varig correria o risco de ser transformada na gritaria de “Os Sapos”, de Manuel Bandeira:
Urra o sapo-boi:
“Meu pai foi rei!” - “Foi!” - “Não foi!”
“Foi!” - “Não foi!”
Felizmente, a denúncia da doutora está montada em fatos concretos, com aspectos verificáveis. Na sua entrevista aos repórteres Mariana Barbosa e Ricardo Grinbaun, Denise Abreu disse que foi pressionada pela comissária para esquecer a possível maquiagem do capital da VarigLog. (Ela sabia que os sócios brasileiros não tinham bala para cobrir 80% do valor da companhia.) Pressionou? Não pressionou? A doutora informa que isso aconteceu numa reunião no Planalto, em abril de 2006. Basta conferir nas agendas da comissária e da baronesa. Além disso, ela diz que a Anac fizera novas exigências à VarigLog. Cadê o ofício?
Segundo Denise Abreu, a pendenga foi resolvida numa roda de fogo ocorrida na sexta-feira, 23 de junho de 2006. Nesse dia, Valeska Teixeira, advogada da VarigLog e afilhada de Nosso Guia, deu plantão na ante-sala de uma reunião da diretoria da agência. A empresa havia representado contra Denise e, para que ela pudesse limpar a pista, em benefício dos interesses do Planalto, a queixa foi retirada. Cadê o documento? Havia ainda a decisão de um desembargador contra a VarigLog que caducou no meio do caminho. Cadê o texto?
A correria da sexta-feira era compreensível. Na segunda, a VarigLog compraria a Varig por US$ 24 milhões. Um dos seus laranjas, Marco Antonio Audi, pegou pesado no advogado Roberto Teixeira, pai de Valeska, compadre e hospedeiro de Nosso Guia no tempo das vacas médias. Diz que lhe pagou US$ 5 milhões por serviços prestados. (Cadê os recibos? No jogo jogado a empreitada não vale metade disso.)
Teixeira diz que não advoga no Executivo. Se a sua filha esteve na Anac, o que foi fazer lá, comprar passagens?
A Varig foi comprada em junho de 2006 por US$ 24 milhões e vendida dez meses depois aos Constantino da Gol por US$ 275 milhões. Nem cocaína se valoriza tanto ao trocar de mãos em tão pouco tempo. O doutor Teixeira advogou na ponta da venda e subiu no elevador do Planalto com a turma da compra.
Quando a doutora Denise exibir os registros e os documentos que amparam sua história, a discussão sai da gritaria dos sapos. Compadres, acreditai: pode-se estar diante de um dos piores golpes dos últimos tempos.
A denúncia de Denise Abreu, ex-baronesa da Anac, acusando a comissária Dilma Rousseff de ter empurrado goela abaixo da agência a qualificação da VarigLog para comprar a Varig correria o risco de ser transformada na gritaria de “Os Sapos”, de Manuel Bandeira:
Urra o sapo-boi:
“Meu pai foi rei!” - “Foi!” - “Não foi!”
“Foi!” - “Não foi!”
Felizmente, a denúncia da doutora está montada em fatos concretos, com aspectos verificáveis. Na sua entrevista aos repórteres Mariana Barbosa e Ricardo Grinbaun, Denise Abreu disse que foi pressionada pela comissária para esquecer a possível maquiagem do capital da VarigLog. (Ela sabia que os sócios brasileiros não tinham bala para cobrir 80% do valor da companhia.) Pressionou? Não pressionou? A doutora informa que isso aconteceu numa reunião no Planalto, em abril de 2006. Basta conferir nas agendas da comissária e da baronesa. Além disso, ela diz que a Anac fizera novas exigências à VarigLog. Cadê o ofício?
Segundo Denise Abreu, a pendenga foi resolvida numa roda de fogo ocorrida na sexta-feira, 23 de junho de 2006. Nesse dia, Valeska Teixeira, advogada da VarigLog e afilhada de Nosso Guia, deu plantão na ante-sala de uma reunião da diretoria da agência. A empresa havia representado contra Denise e, para que ela pudesse limpar a pista, em benefício dos interesses do Planalto, a queixa foi retirada. Cadê o documento? Havia ainda a decisão de um desembargador contra a VarigLog que caducou no meio do caminho. Cadê o texto?
A correria da sexta-feira era compreensível. Na segunda, a VarigLog compraria a Varig por US$ 24 milhões. Um dos seus laranjas, Marco Antonio Audi, pegou pesado no advogado Roberto Teixeira, pai de Valeska, compadre e hospedeiro de Nosso Guia no tempo das vacas médias. Diz que lhe pagou US$ 5 milhões por serviços prestados. (Cadê os recibos? No jogo jogado a empreitada não vale metade disso.)
Teixeira diz que não advoga no Executivo. Se a sua filha esteve na Anac, o que foi fazer lá, comprar passagens?
A Varig foi comprada em junho de 2006 por US$ 24 milhões e vendida dez meses depois aos Constantino da Gol por US$ 275 milhões. Nem cocaína se valoriza tanto ao trocar de mãos em tão pouco tempo. O doutor Teixeira advogou na ponta da venda e subiu no elevador do Planalto com a turma da compra.
Quando a doutora Denise exibir os registros e os documentos que amparam sua história, a discussão sai da gritaria dos sapos. Compadres, acreditai: pode-se estar diante de um dos piores golpes dos últimos tempos.
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