Caridade ou compra de votos?
VALCIR MARTINS
É louvável a iniciativa e o sentimento de caridade de muitas pessoas que no fim do ano promovem a arrecadação, compra e distribuição de brinquedos, além da organização de festas, com lanches, refrigerantes e sorvetes para crianças e pessoas carentes, bem como a doação de cobertores.
O que não parece normal é a publicidade que alguns fazem de tais eventos. Por princípio, a caridade recomendada por Jesus Cristo não deve ter divulgação: “Não saiba a mão direita o que a esquerda faz” e vice versa. Mas temos assistido, já há alguns anos, em programas de rádio de televisão, matérias sobre eventos dessa natureza, com destaque exagerado para as pessoas promotoras.
A princípio poderíamos pensar que isso é natural. Que é apenas uma questão de orgulho e vaidade, vícios que afetam a maioria dos seres humanos, e que em nada prejudicariam a sociedade como todo. Se o bem está sendo praticado, o que há de mal em divulgá-lo? Mas ao que parece a intenção é passar para o restante da população a idéia de que se trata de uma pessoa generosa e que é ajudada por outras, especialmente políticos.
Sabemos que é feita uma seleção prévia dos que se inscreveram, através de cartas, para se apurar os que realmente são carentes e daí surge um cadastro dessas pessoas, geralmente com pouca instrução, facilmente influenciáveis e a utilização de tais cadastros para o envio de cartas e visitas, em época de eleições, pode se constituir em uma sutil pressão para o direcionamento de votos para este ou aquele candidato. As pessoas que foram assistidas no Natal e de outras formas estarão muito mais propensas a seguir as sugestões do seu’ benfeitor’, o que caracterizaria uma burla da legislação eleitoral que proíbe a ‘compra de votos’.
Isto está ocorrendo? Há quem diga que sim. O que sabemos é que o rádio e a televisão são meios de comunicação muito fortes e alguns apresentadores, de origem popular, como Pinga Fogo, por exemplo, e outros, têm um poder de influência extraordinário sobre as camadas menos esclarecidas da população, e os políticos sabem muito bem disso. São comuns as ‘entrevistas’ em seus programas, pedidas por figuras públicas.Agora mesmo, fala-se que o candidato Heine Macieira seria estaria sendo favorecido, com entrevistas e constantes ‘alôs’. É notória a simpatia do apresentador pela candidatura do prefeito Silvio Barros II.
Com essas considerações pretendemos dar uma colaboração para o fortalecimento da democracia. É inadmissível que políticos, especialmente os que estão no terceiro, quarto ou mais mandatos, possam ser favorecidos com a exploração, ainda que forma indireta, da miséria humana, e que proprietários e apresentadores ,de meios de comunicação, que são de concessão do poder público, os utilizem para levar vantagem no jogo eleitoral em detrimento de outros candidatos.
Esperamos que o auxilio aos mais carentes, no natal e durante o ano, seja só caridade e não abuso de poder econômico com reflexo nos resultados das eleições.
VALCIR MARTINS, Administrador, Maringá- Pr.
É louvável a iniciativa e o sentimento de caridade de muitas pessoas que no fim do ano promovem a arrecadação, compra e distribuição de brinquedos, além da organização de festas, com lanches, refrigerantes e sorvetes para crianças e pessoas carentes, bem como a doação de cobertores.
O que não parece normal é a publicidade que alguns fazem de tais eventos. Por princípio, a caridade recomendada por Jesus Cristo não deve ter divulgação: “Não saiba a mão direita o que a esquerda faz” e vice versa. Mas temos assistido, já há alguns anos, em programas de rádio de televisão, matérias sobre eventos dessa natureza, com destaque exagerado para as pessoas promotoras.
A princípio poderíamos pensar que isso é natural. Que é apenas uma questão de orgulho e vaidade, vícios que afetam a maioria dos seres humanos, e que em nada prejudicariam a sociedade como todo. Se o bem está sendo praticado, o que há de mal em divulgá-lo? Mas ao que parece a intenção é passar para o restante da população a idéia de que se trata de uma pessoa generosa e que é ajudada por outras, especialmente políticos.
Sabemos que é feita uma seleção prévia dos que se inscreveram, através de cartas, para se apurar os que realmente são carentes e daí surge um cadastro dessas pessoas, geralmente com pouca instrução, facilmente influenciáveis e a utilização de tais cadastros para o envio de cartas e visitas, em época de eleições, pode se constituir em uma sutil pressão para o direcionamento de votos para este ou aquele candidato. As pessoas que foram assistidas no Natal e de outras formas estarão muito mais propensas a seguir as sugestões do seu’ benfeitor’, o que caracterizaria uma burla da legislação eleitoral que proíbe a ‘compra de votos’.
Isto está ocorrendo? Há quem diga que sim. O que sabemos é que o rádio e a televisão são meios de comunicação muito fortes e alguns apresentadores, de origem popular, como Pinga Fogo, por exemplo, e outros, têm um poder de influência extraordinário sobre as camadas menos esclarecidas da população, e os políticos sabem muito bem disso. São comuns as ‘entrevistas’ em seus programas, pedidas por figuras públicas.Agora mesmo, fala-se que o candidato Heine Macieira seria estaria sendo favorecido, com entrevistas e constantes ‘alôs’. É notória a simpatia do apresentador pela candidatura do prefeito Silvio Barros II.
Com essas considerações pretendemos dar uma colaboração para o fortalecimento da democracia. É inadmissível que políticos, especialmente os que estão no terceiro, quarto ou mais mandatos, possam ser favorecidos com a exploração, ainda que forma indireta, da miséria humana, e que proprietários e apresentadores ,de meios de comunicação, que são de concessão do poder público, os utilizem para levar vantagem no jogo eleitoral em detrimento de outros candidatos.
Esperamos que o auxilio aos mais carentes, no natal e durante o ano, seja só caridade e não abuso de poder econômico com reflexo nos resultados das eleições.
VALCIR MARTINS, Administrador, Maringá- Pr.
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