21.9.08

Transporte “Público” em Maringá e falácias eleitorais

MARIA NEWNUM

Nesse período de propaganda os munícipes são bombardeados por promessas; algumas delas fantasiosas. O transporte público, a saúde e a segurança são recordistas das falácias eleitoreiras. Como num passe de mágica, surgem soluções rápidas e de “eficiência” tão espetacular que colocam em xeque os próprios candidatos.
Por favor, vamos pensar? Se as soluções são tão fáceis por que não foram implantadas pelas administrações anteriores e atuais? Será pelo prazer que ver o povo sofrendo? Será por preguiça e ineficiência?
Analisemos somente o caso do transporte coletivo. Não digamos “público” porque de fato não o é.
Primeiramente, recorde uma afirmativa de João Ivo Caleffi em 2004, Prefeito de Maringá e candidato a reeleição na época, que dizia categoricamente, ser impossível, baixar as tarifas de ônibus da cidade. E destacava: “ora, se isso fosse possível eu falaria e faria...” Caleffi na época, falava a mais pura verdade; que é verdade hoje.
Maringá não tem gerência “pública” do transporte “coletivo”. Há em Maringá concessão “privada” e monopólita (conferida por contrato legal a uma única empresa) que em tese, deve submeter as planilhas de custo à prefeitura; que só pode intervir nos preços, se assumir para “si” as “perdas” dessa empresa privada, por uma única via: “repassando aos munícipes, ou seja, para você e eu, os descontos.
Dito de outro modo: Quando um candidato promete baixar as tarifas do transporte coletivo está dizendo que esse desconto vai sair dos bolsos dos munícipes; ou seja, de nós que já pagamos vários impostos e que muitas vezes nem usamos transporte coletivo e assumimos de “bom grado” mais esse peso “social”. Ou seja, ao votarmos nessa “idéia” bonita e mágica devemos estar conscientes que o rateio das despesas sairá de nossos bolsos e não daquele que “promete”.
Há uma única verdade: Não existe mágica. E se somos submetidos a toda sorte de ilusionismos sobre os graves problemas de nossa cidade é porque de algum modo, os candidatos, julgam a nós, eleitores, desprovidos de senso crítico, tolos e afeitos a magia das falácias de momento.
O mesmo vale aos candidatos a vereadores que prometem coisas que nem de longe competem as suas funções. Criar e aprovar projetos e fiscalizar as ações do Prefeito são as únicas competências dos vereadores. Quem promete mais que isso, ou quer iludir o eleitorado ou não tem a mínima noção do cargo que almeja ocupar.
Lembre-se: Não existe cafezinho de graça. No final, você é que pagará a conta.
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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, ex-vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e desfilado de um partido político.