Bento Munhoz, o unificador do Estado
JAIR ELIAS DOS SANTOS JUNIOR
Neste domingo uma pesquisa inédita, realizada pelo jornal Gazeta do Povo e publicada com um júri de cem pessoas selecionadas, apontou Bento Munhoz da Rocha Netto como a figura mais importante do Paraná em todos os tempos.
Bento Munhoz teve fortes ligações com Campo Mourão. No exercício do cargo de Governador esteve na cidade por duas vezes. Recebeu, no Palácio São Francisco, comitiva de vereadores e posseiros que buscavam uma solução para a constante questão das terras.
Motivado com aquilo que considerava como “resumo de uma herança”, denunciou o drama da não legalização das terras em Campo Mourão, na tribuna da Câmara dos Deputados em 27 de setembro de 1961. Exercia o segundo mandato de deputado federal, e também o seu último cargo eletivo.
Em 1964 foi convidado para realizar uma palestra no Instituto Santa Cruz. Nesta época estava sendo vitima de uma espécie de ‘rolo compressor’ montado por seus adversários.
Bento Munhoz deixou de atender convite de seus correligionários de Londrina para estar em Campo Mourão. Assistiram a palestra o prefeito Milton Luiz Pereira e o bispo Dom Eliseu Simões Mendes. Milton já o conhecia, quando estudante de direito em Curitiba, fez um discurso de saudação ao então governador Munhoz da Rocha.
O baiano Dom Eliseu Simões Mendes, que estava em Campo Mourão, há menos de quatro anos, ficou impressionado com a oratória e intelectualidade de Bento Munhoz, conta os organizadores da palestra.
Depois da conferência, Munhoz da Rocha fez questão de conhecer as obras da Usina Mourão, que foi iniciada no governo do seu antecessor Moysés Lupion (1947-1951). Para ele, obra pública, independente da questão política partidária, deveria ter início, meio e fim.
Em Campo Mourão teve expressivo número de admiradores, entre eles, o advogado Horácio Amaral, que quase teve ‘vetada’ sua candidatura a prefeito em 1969 pelo fato de ter apoiado o ex-governador em 1965. Nesta eleição, o vereador Augustinho Vecchi rompeu com seu grupo político, (que apoiava Paulo Pimentel), para fazer campanha para Bento Munhoz. O apoio do então vereador chegou a gerar uma discussão no plenário do Legislativo Municipal em outubro daquele ano.
Nesta eleição Bento Munhoz foi derrotado por Paulo Pimentel, expoente secretário da agricultura de Ney Braga.
Nos dois últimos anos de sua vida, Bento Munhoz lia semanalmente o jornal Tribuna do Interior. Recebia-os na sua residência. Todos os exemplares foram guardados no seu arquivo pessoal. Hoje sobre a guarda do Círculo de Estudos Bandeirantes.
Em janeiro de 1973, esteve pela última vez em Campo Mourão e possivelmente no interior do Paraná. Bento Munhoz foi convidado para a inauguração do prédio da Fundescam. O ato solene ocorreu em 28 de janeiro de 1973, três dias antes do término do mandato de Horácio Amaral. Proferiu a conferência inaugural da maior conquista de Campo Mourão. Sem dúvida alguma, a consolidação do ensino superior foi à conquista mais batalhada até hoje na história de Campo Mourão.
O escritor Pedro da Veiga na sua obra “Campo Mourão – Centro do Progresso” considera o 28 de janeiro de 1973 como um “(...) dos momentos históricos mais importantes da vida mourãoense”.
Foi na gestão de Horácio Amaral, considerado o “prefeito-escola”, que Campo Mourão montou sua infra-estrutura educacional, voltada principalmente para a zona rural. A prioridade nesta área levou o município, na época, a ser conhecido como o que mais construiu escolas no Paraná.
O prédio central da atual Fecilcam erguido pela Codusa, foi construído sem um centavo do governo estadual e federal. Bastou somente a garra persistente de Horácio Amaral e os investimentos próprios do município.
Bento Munhoz e Horácio Amaral no ato histórico hastearam os pavilhões, desataram a fita inaugural, fizeram discursos eloqüentes para a ocasião histórica e abriram uma exposição de fotografias, montada pela Assessoria de Relações Públicas do Município, com obras da gestão que se findava.
Ao trazer Bento Munhoz para a conferencia inaugural, Horácio Amaral, sem saber, estava dando um peso maior para o grande feito da sua administração.
Foi com as palavras: “... o homem que vence é aquele que caiu no denominador comum do êxito econômico, mas que fabuloso exemplo nos dá o espírito pioneiro de Campo Mourão, encontrando outros caminhos com êxito, que é o caminho da cultura, que é o caminho da conquista do espírito, esta sim, que é uma conquista eterna”, que Bento Munhoz marcou a inauguração do prédio da faculdade.
Meses depois, em 12 de novembro daquele mesmo ano, o Paraná perdia um dos maiores homens da sua história.
35 anos depois da sua ausência, é eleito o “unificador do estado” e “o maior paranaense da História”. A sua maior e merecida eleição.
*Jair Elias dos Santos Júnior, licenciado em História. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e de outras instituições. Autor de sete livros, sendo o último: Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto.
Neste domingo uma pesquisa inédita, realizada pelo jornal Gazeta do Povo e publicada com um júri de cem pessoas selecionadas, apontou Bento Munhoz da Rocha Netto como a figura mais importante do Paraná em todos os tempos.
Bento Munhoz teve fortes ligações com Campo Mourão. No exercício do cargo de Governador esteve na cidade por duas vezes. Recebeu, no Palácio São Francisco, comitiva de vereadores e posseiros que buscavam uma solução para a constante questão das terras.
Motivado com aquilo que considerava como “resumo de uma herança”, denunciou o drama da não legalização das terras em Campo Mourão, na tribuna da Câmara dos Deputados em 27 de setembro de 1961. Exercia o segundo mandato de deputado federal, e também o seu último cargo eletivo.
Em 1964 foi convidado para realizar uma palestra no Instituto Santa Cruz. Nesta época estava sendo vitima de uma espécie de ‘rolo compressor’ montado por seus adversários.
Bento Munhoz deixou de atender convite de seus correligionários de Londrina para estar em Campo Mourão. Assistiram a palestra o prefeito Milton Luiz Pereira e o bispo Dom Eliseu Simões Mendes. Milton já o conhecia, quando estudante de direito em Curitiba, fez um discurso de saudação ao então governador Munhoz da Rocha.
O baiano Dom Eliseu Simões Mendes, que estava em Campo Mourão, há menos de quatro anos, ficou impressionado com a oratória e intelectualidade de Bento Munhoz, conta os organizadores da palestra.
Depois da conferência, Munhoz da Rocha fez questão de conhecer as obras da Usina Mourão, que foi iniciada no governo do seu antecessor Moysés Lupion (1947-1951). Para ele, obra pública, independente da questão política partidária, deveria ter início, meio e fim.
Em Campo Mourão teve expressivo número de admiradores, entre eles, o advogado Horácio Amaral, que quase teve ‘vetada’ sua candidatura a prefeito em 1969 pelo fato de ter apoiado o ex-governador em 1965. Nesta eleição, o vereador Augustinho Vecchi rompeu com seu grupo político, (que apoiava Paulo Pimentel), para fazer campanha para Bento Munhoz. O apoio do então vereador chegou a gerar uma discussão no plenário do Legislativo Municipal em outubro daquele ano.
Nesta eleição Bento Munhoz foi derrotado por Paulo Pimentel, expoente secretário da agricultura de Ney Braga.
Nos dois últimos anos de sua vida, Bento Munhoz lia semanalmente o jornal Tribuna do Interior. Recebia-os na sua residência. Todos os exemplares foram guardados no seu arquivo pessoal. Hoje sobre a guarda do Círculo de Estudos Bandeirantes.
Em janeiro de 1973, esteve pela última vez em Campo Mourão e possivelmente no interior do Paraná. Bento Munhoz foi convidado para a inauguração do prédio da Fundescam. O ato solene ocorreu em 28 de janeiro de 1973, três dias antes do término do mandato de Horácio Amaral. Proferiu a conferência inaugural da maior conquista de Campo Mourão. Sem dúvida alguma, a consolidação do ensino superior foi à conquista mais batalhada até hoje na história de Campo Mourão.
O escritor Pedro da Veiga na sua obra “Campo Mourão – Centro do Progresso” considera o 28 de janeiro de 1973 como um “(...) dos momentos históricos mais importantes da vida mourãoense”.
Foi na gestão de Horácio Amaral, considerado o “prefeito-escola”, que Campo Mourão montou sua infra-estrutura educacional, voltada principalmente para a zona rural. A prioridade nesta área levou o município, na época, a ser conhecido como o que mais construiu escolas no Paraná.
O prédio central da atual Fecilcam erguido pela Codusa, foi construído sem um centavo do governo estadual e federal. Bastou somente a garra persistente de Horácio Amaral e os investimentos próprios do município.
Bento Munhoz e Horácio Amaral no ato histórico hastearam os pavilhões, desataram a fita inaugural, fizeram discursos eloqüentes para a ocasião histórica e abriram uma exposição de fotografias, montada pela Assessoria de Relações Públicas do Município, com obras da gestão que se findava.
Ao trazer Bento Munhoz para a conferencia inaugural, Horácio Amaral, sem saber, estava dando um peso maior para o grande feito da sua administração.
Foi com as palavras: “... o homem que vence é aquele que caiu no denominador comum do êxito econômico, mas que fabuloso exemplo nos dá o espírito pioneiro de Campo Mourão, encontrando outros caminhos com êxito, que é o caminho da cultura, que é o caminho da conquista do espírito, esta sim, que é uma conquista eterna”, que Bento Munhoz marcou a inauguração do prédio da faculdade.
Meses depois, em 12 de novembro daquele mesmo ano, o Paraná perdia um dos maiores homens da sua história.
35 anos depois da sua ausência, é eleito o “unificador do estado” e “o maior paranaense da História”. A sua maior e merecida eleição.
*Jair Elias dos Santos Júnior, licenciado em História. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e de outras instituições. Autor de sete livros, sendo o último: Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto.
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