Menos maquiagem e mais infra-estrutura

DONIZETE OLIVEIRA

Passando hoje por uma banca no centro de Maringá, vi algumas pessoas a olhar a manchete do \jornal O Diário sobre a questão do lixo. O jornal levanta a hipótese de a cidade não dispor mais de lugar para armazenar seu lixo. Parece que a Justiça não permite que o lixo seja depositado onde vem sendo.
O outro diário local também aborda o assunto. O Hoje Notícias estampa na primeira página que restos de construções viram desafio para a coleta da Prefeitura.
A questão parece preocupante e me levou a pensar no que disse um bispo da Igreja Católica lá de Santa Catarina sobre a força das águas que destruiu parte daquele Estado. Segundo o religioso, os responsáveis pelo setor público têm se preocupado demais em maquiar as cidades. Ou seja: fazem praças, decoram ruas, avenidas, constroem parques, mas não investem o necessário em infra-estrutura.
Lá em Minas Gerais, na região de Monte Belo, tem um ditado: “Por fora bela viola, por dentro pão embolorado”. Portanto, creio que seria momento de inverter as prioridades.
Faz tempo que o Ministério Público vem cobrando um destino correto para o lixo. E não é só Maringá. A maioria das cidades da região ainda não resolveu essa situação.
Portanto, creio, está na hora de mudar o foco. Investir mais em infra-estrutura e menos em maquiagem. Talvez, começando pela capina de algumas calçadas aqui na Vila Bosque.
Não que uma cidade bonita não seja importante, mas o equilíbrio deve nortear os investimentos públicos.


Donizete Oliveira, jornalista e professor em Maringá