Rosalino Mansuetto Salvadori (1925-2008)
Após a posse, Rosalino Salvadori, Milton Luiz Pereira, dom Eliseu Simões Mendes e os vereadores Fioravante João Ferri, Ephigênio José Carneiro, Augusto de Oliveira Carneiro, Afonso Germano Hruschka, Zamir José Teixeira e Getúlio Ferrari
Jair Elias dos Santos Júnior Rosalino Mansuetto Salvadori morreu e nasceu na mesma data - 7 de dezembro. O gaúcho que foi prefeito de Campo Mourão nasceu em 1925, na localidade de Santa Bárbara, município de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Filho de João Batista Salvadori e Plácida Emilia Salvadori.
Cruz Alta pertence à Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e à Microrregião de Cruz Alta. A cidade é conhecida como município do Guarani, dos Tropeiros e de Érico Veríssimo.
Em 1952, com apenas 28 anos de idade, deixou Lagoa Vermelha e transferiu-se para Campo Mourão.
Nesta primeira viagem, veio acompanhado com seu pai. Observaram durante um dia e meio as terras que pretendiam instalar uma serraria. De imediato, compraram as terras e cerca de um ano depois, com as máquinas instaladas, a serraria já estava em operação.
Em abril de 1953, vieram seus familiares. Trouxe sua esposa Adelaide – grávida de sete meses, e o filho Gérson. A menina Ody, nasceu no mês de junho, no hospital dos médicos José Carlos Ferreira e Manoel Andrade. Eles contrariam núpcias em 12 de outubro de 1949.
Em 1963, Rosalino Mansuetto Salvadori já era um nome respeitado em Campo Mourão e na região. Simbolizava sucesso e empreendorismo.
O sucesso empresarial era fruto de organização de suas empresas, pela sua visão de negócios e pela prosperidade que teve seus empreendimentos. Tinha um lema, galgado nas palavras: “capacidade de trabalho e honestidade pessoal”.
Foi eleito vereador em 1963 com 571 votos pelo PDC – Partido Democrático Cristão -, que estava em fase de expansão no Paraná. Nas eleições de 1960 o PDC foi o responsável pela vitória de Ney Braga ao Palácio Iguaçu,. abrindo num novo ciclo na política paranaense.
Rosalino Salvadori foi o candidato a vereador mais votado naquela acirrada eleição. Nela disputaram o cargo de prefeito o jovem advogado Milton Luiz Pereira e o empresário Ivo Mário Trombini, pioneiro conceituado na cidade e Miguel Balabuch.
Na campanha daquele ano contou com a presença do senador Juscelino Kubitschek, ex-presidente da República. O comício foi realizado na praça Getúlio Vargas três dias antes do pleito. Mesmo com a presença de JK, venceu o advogado Milton Luiz Pereira com 6.054 votos contra 3.130 do empresário Ivo Mário Trombini e 432 votos de Miguel Balabuch.
Em 5 de dezembro de 1963, Rosalino Salvadori tomou posse na função de vereador, sendo eleito também presidente da Câmara Municipal. Permaneceria por poucos meses na presidência do Legislativo.
Em 18 de março de 1964, de acordo com a Emenda Constitucional 06/64, procedeu-se a escolha do cargo de vice-prefeito. Foram indicados os nomes de Horácio Amaral (pelo vereador Zamir José Teixeira) e de Rosalino Salvadori (pelo vereador Augustinho Vecchi. Feita a votação para preencher o cargo, ficou empatado com cinco votos cada candidato e um voto em branco. Consultado o Tribunal Regional Eleitoral, foi eleito Rosalino Mansuetto Salvadori, através da Resolução n.º01/64, por ser um ano mais velho que Horácio Amaral. A posse do primeiro vice-prefeito de Campo Mourão ocorreu no dia 1º de maio de 1964 no Cine Plaza.
Em 1966, em 18 de setembro, foi criada a Codusa – Companhia de Desenvolvimento, Urbanização e Saneamento de Campo Mourão. O primeiro presidente da companhia foi o vice-prefeito Rosalino Salvadori. A empresa foi a responsável pelas obras do Mercado Municipal, da Estação Rodoviária a da pavimentação das vias públicas do centro da cidade, considerado na época o asfalto mais barato do Brasil.
Sua exemplar organização tornou os custos da Estação Rodoviária 75% do investimento autofinanciável. Em dezembro de 1966, Rosalino assumia a Prefeitura por 30 dias, com a licença do prefeito Milton Luiz Pereira.
Em 28 de abril de 1968, o prefeito Milton Luiz Pereira enviou mensagem ao Poder Legislativo, comunicando a sua renúncia ao cargo, para exercer a função de Juiz Federal Substituto do Paraná. Na data seguinte, a Câmara Municipal se reuniu e deu posse ao novo prefeito.
Rosalino Salvadori assumia a função com grande responsabilidade perante a opinião pública, pois Campo Mourão tinha escolhido pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (Inda) o “Município Modelo do Paraná”.
A despedida do ex-prefeito Milton Luiz Pereira foi um dos maiores atos políticos e eufóricos da história de Campo Mourão. Ela foi marcada com a doação de um veículo fusca (único carro até hoje do ex-prefeito) e até de uma galinha, doada por um agricultor.
Em maio daquele ano, por proposição do vereador Augustinho Vecchi, foi aprovado um voto de confiança ao novo prefeito de Campo Mourão. Salvadori manteve um bom relacionamento com os vereadores, participando de suas sessões e prestando contas de seus atos.
No dia 7 de agosto de 1967 encaminhou para apreciação dos vereadores o projeto de lei que instituía o Fundo Municipal de Ensino Superior, destinado a manter a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e da Fundação Educacional de Campo Mourão. Mesmo a idéia não prosperando, foi o primeiro passo para a implantação do ensino superior em Campo Mourão.
Como prefeito, Rosalino Salvadori presidiu as festividades do 20º aniversário de Campo Mourão, marcadas com a inauguração da Estação Rodoviária e pela concessão do Título de Cidadão Honorário ao ex-prefeito Milton Luiz Pereira. As festividades foram marcadas com vários eventos, entre eles, uma palestra do pintor Teodoro De Bonna, um dos ícones da pintura paranaense.
Com problemas de saúde, oficializou sua renúncia ao cargo de prefeito em 5 de fevereiro de 1968. Foi substituído pelo presidente da Câmara, Augustinho Vecchi, que completou o mandato até 31 de janeiro de 1969, com a posse de Horácio Amaral.
Foi eleito presidente da Acicam – Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão - no dia 6 de fevereiro de 1969. Na presidência da entidade defendeu a criação de um parque industrial. “Um município da tamanha importância de Campo Mourão precisa logo de um distrito industrial, que dê desenvolvimento a um setor prioritário” disse na época. Presidiu a Associação Comercial de 1969 a 1970.
Foi fundador e presidente da Cooperativa de Eletrificação Rural de Campo Mourão. Exerceu a convite do prefeito José Pochapski,a presidência da Fucam – Fundação Educacional de Campo Mourão durante a administração 1983/1988.
Em 1967, a Salvadori Indústria e Comércio de Madeiras crescia em Campo Mourão. A empresa comercializava madeiras de pinho em geral e tinha filiais em Mamborê e Cascavel.
Naquele ano as receitas do grupo representavam 848 caminhões de produtos comercializados, ou seja, dois caminhões por dia. No final dos anos de 1970 fundou a Comasa – Comércio de Máquinas Salvadori, responsável pela comercialização de equipamentos agrícolas.
Paralelo a nova atividade, Rosalino mantêm a Salvadori Indústria e Comércio e adquiriu novas terras no Paraná, Mato Grosso e no Paraguai. Os negócios estiveram em amplo crescimento até o final dos anos 90, quando se afastou devido a complicações de saúde.
Discreto, mantinha uma excelente relação com seus funcionários. Existem dezenas de relatos de pessoas que foram auxiliadas pelo empresário. Longe da arena política, acompanhou de perto todas as sucessões municipais. Em 1988 e 2004 manifestou apoio público aos candidatos Augustinho Vecchi e Nelson Tureck, ambos vitoriosos.
Rosalino Mansuetto Salvadori faleceu aos 83 anos de idade, por problemas de saúde, que já vinha enfrentando havia alguns anos.
(Fotos: acervo do Museu Municipal e família Salvadori)
Rosalino Salvadori
Posse como vereador, em 1963
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