17.12.08

Vale Azul





Não existe palavra certa pra definir o que acontece no Vale Azul, em época de sol ... só poeira, crianças sofrendo de bronquite (alergias) e mulheres correndo para conseguir fazer com que seus filhos tenham uma vida melhor. O posto de saúde, temos, atendimento duas vezes por semana... se for grave! Bom, a gente se vira não é, afinal os “seus filhos” estão bem protegidos e não precisam do SUS para absolutamente nada, e se precisarem aí eles procuram o famoso QI (quem indica), que passa na frente de milhares que ainda estão na fila esperando por um atendimento ou um suspiro de vida.
Quando chove... aí sim a coisa piora. As ruas não são asfaltadas, de vez enquando surge um caminhão para colocar um cascalho, acham que assim deixam a população geral bem feliz e pronto... mas enquanto o cascalho não vem (e isso na maioria do ano) torna-se impossivel sair de casa, são buracos que atingem até 1m de profundidade, lama que não permite que nenhum meio de transporte passe ou se mantenha na pista. A situação daquela gente é simplesmete desumana, sem contar que ônibus por lá, só três vezes ao dia... isso mesmo... e se alguém passa mal em algum dos horários que não sejam 6h, 12h e 18h, tem que enfrentar mais de 7km a pé até chegar ao hospital mais próximo e agora ainda pra melhorar a ponte que liga Maringá ao distrito, que já havia se rompido há alguns anos, está novamente desmoronando, há exatos 2 meses que ela vai caindo pedacinho por pedacinho até impedir totalmente a passagem e aí alguém tomar uma atitude.
Sinceramente não sei o que se passa na cabeça das pessoas que a população responsabiliza pela melhoria na qualidade de vida. Acho mesmo que Arnaldo Jabor em seu texto “Criando um monstro” tem razão, existem pais que não sabem falar não, criam seus filhos com amor e carinho, mas sem limite... limite esse que permite o ser humano saber o que é certo e errado e a assumir certos cargos com um mínino de responsabilidade, não culpo ninguém... só peço que resolvam o problema de um povo que quer um mínimo de dignidade para continuar lutando por um futuro.

Maria Luíza Begnossi