Hoje prefeito, ex-deputado mantém rotina na Câmara
FÁBIO ZANINI/Folha de S. Paulo/DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos réus do processo do mensalão, o ex-deputado federal José Borba não perdeu o hábito de frequentar o Congresso. Mesmo sendo prefeito da pequena Jandaia do Sul, no norte do Paraná, a 400 km de Curitiba. Os desavisados poderiam jurar que nada mudou na rotina do ex-líder do PMDB. Sua presença no plenário, fazendo articulações políticas, ou em gabinetes, é quase tão frequente quanto na época de congressista. “Tenho muitos amigos ainda aqui”, confirma ele, telefone celular em punho.
É por meio do aparelho que ele cumpre grande parte de sua rotina de prefeito da cidade de 20 mil habitantes. “A tecnologia de hoje permite que você governe por celular”, afirma ele, que faz questão de dizer que paga do bolso a conta mensal de cerca de R$ 500.
Há três semanas, Borba andava pelo acarpetado salão verde da Câmara, ponto de encontro de congressistas, jornalistas e lobistas, dando ordens pelo celular a um assessor de gabinete em seu município. “Minha cidade é pequena e não exige minha presença diária. Em Brasília, posso ajudar a obter recursos”, afirma.
São pelo menos três viagens mensais à capital, quase sempre repetindo sua rotina de deputado: chegar às terças, sair às quintas. Viagens pagas pelo erário municipal, mas não a hospedagem, diz ele. O prefeito remoto mantém um apartamento na capital federal.
Borba hoje pertence ao PP, mas conserva a alma peemedebista. “Saí por uma divergência regional”, diz ele, lacônico. A briga foi com o governador Roberto Requião, que prometeu não lhe dar legenda. Quem o salvou foi seu amigo José Janene, ex-líder do PP na Câmara e também réu do mensalão.
Legenda garantida, decidiu recomeçar por baixo, como prefeito, dando um tempo do mandato de deputado, do qual renunciou em 2005 para escapar de uma cassação que parecia certa -embora quase todos os acusados tenham se salvado, exceto José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ).
O jeito mais fácil de encontrar “o Borba”, como é conhecido, é procurando na ampla sala da liderança do PMDB, onde aparece para bater um papo com deputados ou tomar um café na antessala do atual ocupante do espaço, o líder Henrique Alves (RN). Tinha acesso fácil recentemente até à presidência da Câmara, enquanto por ali permaneceu um amigo, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Na nova administração da Casa, ele também tem um pé. Durante os momentos decisivos da campanha de Michel Temer (PMDB-SP), estava por perto, angariando votos, mesmo já empossado prefeito.
Deu telefonemas, articulou e foi fundamental para convencer Osmar Serraglio (PMDB-PR) a retirar na última hora sua candidatura a presidente, que poderia dividir os votos do PMDB. Feliz, Borba acompanhou de pé, no meio do plenário, a eleição e o primeiro discurso de Temer, ao lado de seu amigo João Paulo Cunha (PT-SP), outro colega de processo.
Amigos relatam que, após a vitória de Temer, a presença de Borba na Casa tornou-se menos frequente. Mas ele continua aparecendo. Há duas semanas, era ele quem saía, pronto para uma rodada de conversas com amigos, quando se abriu a porta do elevador privativo da presidência da Câmara.
Um dos réus do processo do mensalão, o ex-deputado federal José Borba não perdeu o hábito de frequentar o Congresso. Mesmo sendo prefeito da pequena Jandaia do Sul, no norte do Paraná, a 400 km de Curitiba. Os desavisados poderiam jurar que nada mudou na rotina do ex-líder do PMDB. Sua presença no plenário, fazendo articulações políticas, ou em gabinetes, é quase tão frequente quanto na época de congressista. “Tenho muitos amigos ainda aqui”, confirma ele, telefone celular em punho.
É por meio do aparelho que ele cumpre grande parte de sua rotina de prefeito da cidade de 20 mil habitantes. “A tecnologia de hoje permite que você governe por celular”, afirma ele, que faz questão de dizer que paga do bolso a conta mensal de cerca de R$ 500.
Há três semanas, Borba andava pelo acarpetado salão verde da Câmara, ponto de encontro de congressistas, jornalistas e lobistas, dando ordens pelo celular a um assessor de gabinete em seu município. “Minha cidade é pequena e não exige minha presença diária. Em Brasília, posso ajudar a obter recursos”, afirma.
São pelo menos três viagens mensais à capital, quase sempre repetindo sua rotina de deputado: chegar às terças, sair às quintas. Viagens pagas pelo erário municipal, mas não a hospedagem, diz ele. O prefeito remoto mantém um apartamento na capital federal.
Borba hoje pertence ao PP, mas conserva a alma peemedebista. “Saí por uma divergência regional”, diz ele, lacônico. A briga foi com o governador Roberto Requião, que prometeu não lhe dar legenda. Quem o salvou foi seu amigo José Janene, ex-líder do PP na Câmara e também réu do mensalão.
Legenda garantida, decidiu recomeçar por baixo, como prefeito, dando um tempo do mandato de deputado, do qual renunciou em 2005 para escapar de uma cassação que parecia certa -embora quase todos os acusados tenham se salvado, exceto José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ).
O jeito mais fácil de encontrar “o Borba”, como é conhecido, é procurando na ampla sala da liderança do PMDB, onde aparece para bater um papo com deputados ou tomar um café na antessala do atual ocupante do espaço, o líder Henrique Alves (RN). Tinha acesso fácil recentemente até à presidência da Câmara, enquanto por ali permaneceu um amigo, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Na nova administração da Casa, ele também tem um pé. Durante os momentos decisivos da campanha de Michel Temer (PMDB-SP), estava por perto, angariando votos, mesmo já empossado prefeito.
Deu telefonemas, articulou e foi fundamental para convencer Osmar Serraglio (PMDB-PR) a retirar na última hora sua candidatura a presidente, que poderia dividir os votos do PMDB. Feliz, Borba acompanhou de pé, no meio do plenário, a eleição e o primeiro discurso de Temer, ao lado de seu amigo João Paulo Cunha (PT-SP), outro colega de processo.
Amigos relatam que, após a vitória de Temer, a presença de Borba na Casa tornou-se menos frequente. Mas ele continua aparecendo. Há duas semanas, era ele quem saía, pronto para uma rodada de conversas com amigos, quando se abriu a porta do elevador privativo da presidência da Câmara.
<< Home