27.8.09

Declaração Universal dos Direitos do Eleitor

Pelos desmandos praticados pelos nossos “representantes” não seria uma má idéia criarmos a declaração Universal dos Direitos do Eleitor. Artigo 1.º - “Todo eleitor terá o direito de escolher como seus representantes, pessoas honradas e dignas, excluídos os Sarneys, Renans, Dirceus, Genoínos e outros”. Concordo que algumas vezes fui radical e intolerante com nossos políticos. A democracia, com todos os seus defeitos, ainda é a melhor forma de governo já imaginada pelo homem. O problema reside na falta de caráter de nossos representantes. Prefiro viver na democracia de Lula, do que viver na “imbeciocracia” de Hugo Chavez. Muitos dos defeitos de nossos representantes são reflexos diretos de nossa tolerância com os atos escusos praticados contra a coisa pública. Nossos repórteres, diante do pobre que furtou comida, são radicais em suas perguntas sobre seu “odioso” crime. Diante de um José Sarney ou Renan, comportam-se como escravos assustados a quem o Senhor do Engenho concedeu o privilégio de sentar-se por meia hora na escadaria da casa grande. Sarney disse que não percebeu os valores extras que eram depositados em sua conta, mas duvido que não teria percebido alguns centavos a menos. Disse que foi eleito Presidente do Senado para fazer política e não para limpar a sujeira da casa. Fantástico, é o mesmo que um Delegado de Polícia afirmar vai combater a corrupção alheia, só não da própria polícia. Esperar que um Sarney lidere um amplo movimento pela modernização do parlamento, é o mesmo que esperar um Hitler tornar-se defensor dos Direitos Humanos. Basta ver o atraso dos Estados dominados por este clã. O problema é que nós temos a tendência de exaltar demasiadamente os que ocupam cargos importantes. Somos acometidos da síndrome de “bestialidade presencial” cujo sintoma principal é a dificuldade de raciocínio. Qualquer imbecilidade dita por um famoso é resposta satisfatória. Sarney tolera os desmandos alheios por que lhe falta capacidade moral para exigir o certo. Sua complacência não deve ser entendida como misericórdia, mas como uma defesa prévia contra as futuras descobertas de seus desmandos. Nunca li uma única página do livro intitulado Marimbondos de fogo, de Sarney. Creio que deve ser um livro profético, sobre os “marimbondos de fogo” da política que sempre estão picando a credulidade dos eleitores com suas ladroagens. Sou um árduo defensor da democracia, assim sugiro ao “nobre” Senador que renuncie e escreva um novo livro com o título “Enxame de safados”. Seria uma saída honrosa. Na lápide de Sarney deve constar que foi Presidente, Senador, poeta, escritor e ... corrupto.

Claudio Marques da Silva

Delegado de Polícia
Conselheiro em Direitos Humanos
Diretor Jurídido do Sidepol/PR