6.9.09

Na Câmara de Maringá falta de elegância não é o pecado mais grave

Neste link é possível assistir a uma cena deplorável ocorrida na Câmara de Maringá. Na ocasião alguns vereadores e a única vereadora da casa, convidaram um técnico, o senhor Márcio Lorin, para falar sobre a problemática de uma eventual mudança no Plano Diretor do município, antes que a pauta fosse votada. Ora, nada mais natural.
Seria espantoso se a casa votasse a esmo, um assunto tão complexo, sem fundamenta-se em aparato técnico. O subsídio técnico sinaliza algo altamente positivo: Indica que não se vota sem conhecimento de causa, mas, com certo amparo, que livra os gestores públicos de muitos erros e até de chacotas nacionais. Aliás, o programa humorístico CQC, que semanalmente traz notícias de Brasília, evidencia absurdos, de deputados e senadores que não têm a mínima idéia sobre o que votam. Os relatos do CQC não são cômicos, como aparecem no quadro. Na verdade, denuncia de forma brilhantemente bem humorada, nossa condição de reféns dos falsos políticos que elegemos.
Dito isto, o evento na câmara de Maringá aponta que há algo ainda “mais grave” do que a falta de educação demonstrada pelo líder do governo que se recusou a estender a mão ao técnico convidado.  Ficou explicito que o “nobre” vereador não está ali para discutir ou debater com quem quer que seja. Mas, como bem colocou o vereador Mário Verri, interessa-se somente em “aplaudir” as idéias que vão ao encontro dos interesses de um grupo e não da polis, ou seja, da cidade. Além de ser um fato vergonhoso, é preocupante.
Mesmo adversários políticos do atual prefeito podem atestar que é um homem elegante e fino no trato com as pessoas. Se esse “nobre” o representa na Câmara, ele está mal representado; mas isso é um problema exclusivo dele. Mas aos munícipes, cabe avaliar as escolhas e repensar o voto nas próximas eleições. A convicção de que o povo tem “memória curta”, há muito, tem servido de refúgio para que, certos políticos, atuem de maneira confortavelmente desrespeitosa frente à liturgia de seus cargos, como se fossem semi-deuses. Por isso, vale lembrar: Na Câmara de Maringá, a falta de elegância não é o pecado mais grave; é preciso ler as entrelinhas desse evento: Parece haver certo senso de auto-endeusamento; o que é preocupante e repulsivo, especialmente quando se considera os escândalos históricos de um passado mui recente da Câmara de Maringá.
Parabéns aos nobres da Casa, entre os tais, Verri, Henrique e Marli Martins, que se esforçam para dar o mínimo de decência à casa.
Aos munícipes fica o alerta: Acompanhe o comportamento de quem ajudou a eleger e repense seu voto nas próximas eleições. “Errar é humano, persistir no erro é...” Bem você sabe.

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Maria Newnum é articulista, pedagoga, mestre em teologia prática, aluna não-regular do mestrado em Psicologia da UEM e sem partido político.
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