29.9.09

Um novo projeto de desenvolvimento para o Paraná

Por BETO RICHA


Ao submeter meu nome à apreciação do PSDB para a sucessão estadual, durante encontro do partido realizado no dia 21, defendi a manutenção da aliança partidária que constituímos com absoluto êxito nas eleições de Curitiba, ano passado, assim como a busca de novos aliados interessados em se juntar a esta coligação.

A par da indispensável unidade partidária, defendemos naquele evento a coesão entre nossos aliados como pressuposto para a formulação de um novo projeto paranaense de desenvolvimento, representativo das forças sociais e econômicas do Estado e ancorado em bases ambientalmente sustentáveis.

Com os olhos voltados para o futuro, propomos um programa que agregue às boas iniciativas em execução (e não apenas no âmbito do Estado, mas também na esfera dos municípios) uma visão estratégica de desenvolvimento, lastreada nas extraordinárias potencialidades do Paraná.

Uma visão que concilie a resolução das questões mais urgentes do Estado com as possibilidades do planejamento de longo prazo; que tenha a compreensão de que, em parceria, nossos ativos públicos e privados têm capacidade de alavancar o crescimento, gerar empregos e ampliar os indicadores de desenvolvimento humano.

Entre as experiências locais de êxito – e são muitas, apesar da luta das prefeituras contra a escassez de recursos -, posso citar alguns exemplos de Curitiba. Como os investimentos em educação e saúde, que ultrapassam os pisos constitucionais, respectivamente de 25% e 15% das receitas, levando escola de qualidade e vagas em creches para crianças das regiões mais carentes da cidade, além de remodelar o sistema de atenção básica à saúde, transformando unidades 24 horas em mini-hospitais com pronto-atendimento e internamento.

O programa Mãe Curitibana (já adotado em São Paulo) pode perfeitamente ser reproduzido na estrutura de saúde do Estado.

Contudo, questões como a saúde extrapolam o plano municipal. Todo o paranaense tem direito a atendimento digno, mas às vezes precisa viajar longas distâncias para fazer uma cirurgia de apêndice, ou até para procedimentos mais simples.

A consolidação dos hospitais regionais evitará a sobrecarga de atendimento observada hoje nos grandes centros, no contexto de uma proposta que garanta ao cidadão que ele não precisará se deslocar mais de cem quilômetros para conseguir atenção médica de maior complexidade.

É uma proposta factível, cujos efeitos em favor do cidadão seriam semelhantes aos dos programas sociais implantados ao longo dos últimos anos no governo federal.

Por isso, estou certo de que os programas sociais da Secretaria da Agricultura, da Sanepar e da Copel, de méritos indiscutíveis, devem ser mantidos e aperfeiçoados com mecanismos de emancipação dos beneficiários.

Este novo projeto de desenvolvimento não pode prescindir do papel indutor fundamental desempenhado pela Copel, pela Sanepar e pelo Porto de Paranaguá, que devem permanecer sob controle do Estado. A Copel, a Sanepar e o Porto têm valor crucial para o Estado porque atuam em setores estratégicos e já demonstraram sua capacidade de fomento social e econômico.

Isso não significa excluir o investimento privado. Ao contrário.

Analistas são unânimes em afirmar que a Petrobras, conquanto mantenha o governo brasileiro como seu acionista majoritário, só chegou às descobertas do pré-sal graças às suas parcerias, atingindo um invejável padrão tecnológico.

O Estado pode multiplicar sua capacidade de investimento em setores essenciais e, através de acordos pontuais com empresas e entidades, desenvolver parcerias público-privadas em outras áreas.

Essa sinergia é fundamental para que o Estado possa empregar mais energia na saúde, na educação e na segurança pública, áreas que mais afetam o bem-estar dos paranaenses. Uma proposta que amplie as forças de segurança – polícias Civil e Militar – em qualidade e quantidade, quanto a seus efetivos, equipamentos, armamentos e inteligência; que represente a melhoria da qualidade nos serviços de saúde em cada uma das regiões do Estado.

Discutir esse projeto de desenvolvimento é tarefa prioritária do PSDB e de nossos aliados nos próximos meses.

(*) Beto Richa é prefeito de Curitiba