1.10.09

O grão que revela o potencial produtivo do país

Por MARIA IRACLÉZIA DE ARAÚJO

 A soja foi a cultura que mais se expandiu no Brasil em dez anos, segundo mostra o Censo Agropecuário 2006 divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período entre 1995 e 2006, a soja apresentou um aumento de 88,8% na produção, alcançando 40,7milhões de toneladas em 15,6 milhões de hectares, com um aumento de 69,3% na área colhida.
O Paraná está entre os maiores estados produtores, e na safra 2008/2009, plantou uma área de 4 milhões de hectares, com produção de 9,5 milhões de toneladas, conforme dados do levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de junho deste ano.
Recentemente, inclusive, o Ministério da Agricultura aprovou o zoneamento agrícola para a cultura de soja no estado, que identificou áreas aptas e períodos de plantio com menos riscos climáticos para o cultivo do produto na região.
E pensar que a soja chegou ao Paraná como lavoura comercial em meados dos anos 50, como alternativa ao plantio do arroz de sequeiro, cultura que se ressentia com a rápida infestação de invasoras depois de alguns anos de cultivo. Hoje, porém, o grão experimenta um período de crescimento acentuado.
E se uma coisa leva a outra, o crescimento da cultura da soja também destaca a produção da indústria paranaense, que cresceu 1,5% no mês de fevereiro, em comparação a fevereiro de 2008. Aliás, o Paraná foi o único estado com desempenho positivo entre as unidades da Federação pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o setor de alimentação é um dos responsáveis por este desempenho positivo, em especial a extração do óleo de soja.
Esses são números que, mais uma vez, revelam o potencial produtor, econômico e industrial da região. A tendência realmente é a expansão, já que o uso industrial não tradicional do produto – como a produção de biodisel, aumenta sua demanda. O consumo interno também cresce, à medida que é estimulado por políticas oficiais destinadas a aproveitar o enorme potencial produtivo do país.

(*) Maria Iraclézia de Araújo é presidente da Sociedade Rural de Maringá