2.11.09

Classes de menor renda puxam o consumo

Por ENIO VERRI

Nos últimos dias, os críticos do governo Lula, principalmente os neoliberais de carteirinha, silenciaram diante das boas constatações sobre a economia do Brasil. A primeira grande notícia foi revelada por uma pesquisa feita pela consultoria Nielsen, uma das mais respeitadas do país. Segundo ela, a base da pirâmide social, as classes D e E, que representam 36% dos lares brasileiros, foram responsáveis pelo crescimento das vendas de alimentos e artigos de higiene e limpeza  neste primeiro semestre de 2009, comparado com igual período do ano passado. Lembro que o primeiro semestre de 2008 a economia estava muito bem, ao passo que em igual  período desse ano enfrentamos a crise mundial. Isso prova, mais uma vez,  que as políticas adotadas no Brasil e no Paraná, tanto no que tange ao aumento do poder aquisitivo, do consumo interno e no enfrentamento da crise deram ótimos resultados , fazendo que até os setores de menor poder aquisitivo consumissem mais e com isso ajudassem no enfrentamento da turbulência econômica.
Como consequência do aumento desse consumo estão os resultados de uma pesquisa da Fecomércio de São Paulo, que ouviu 300 empresas da região metropolitana, tanto as grandes  como as pequenas . Os estudos apontam que  97 % dessas empresas vão investir mais em 2010. Ou seja, por conta das políticas adotadas,  a população consumiu mais, teve uma boa qualidade de vida, enfrentou a crise e  fez o Brasil  e o Paraná continuar crescendo, diferente do resto do mundo. A pesquisa indica que o  comércio vai contratar mais, vai crescer mais e vai abrir novas lojas.  Sem dúvida nenhuma uma boa notícia para todos nós.
A outra grande notícia foi divulgada pelo Banco Mundial . Segundo a entidade, até o ano de 2015 o Brasil será  a quinta economia mundial. O presidente Lula, como não poderia deixar de ser, comemorou. Segundo ele, esse resultado é fruto de boas políticas aplicadas no país e , em especial, na desoneração e no crédito. No crédito aumentando a capacidade de financiamento das pessoas e na desoneração tirando impostos de alguns produtos.
O resultado é que a população passou a comprar mais. Os sonhos daqueles que têm menor poder aquisitivo puderam ser concretizados. E o aumento de consumo, de bens industriais por exemplo, como geladeira, televisão, e ventiladores, entre oujtros, somente foi possível graças a redução do IPI, que foi prorrogado até janeiro. A população  pode ter mais conforto em casa e, o que é fundamental, consumindo mais mantém as empresas ativas.
Segundo dados da Federação das Indústrias de São Paulo, hoje, a capacidade ocupada da nossa indústria é de 83%.  Quer dizer que as fábricas do Brasil, que teriam capacidade para produzir  100%, ou seja em três turnos, estão produzindo 83%, trabalhando em dois turnos ou até algumas em três. Mais ainda, nossa produção e demanda etão ajustadas, o que significa que não há sinais de pressão inflacionária pela demanda maior que a capacidade de produção.  Isso prova que a nossa economia está caminhando no ritmo certo, porque em nenhum país do mundo a fábrica funciona 100%. Afinal de contas, os equipamentos quebram , precisam de manutenção. Além de tudo isso, temos notícias diárias  que o capital estrangeiro que entra no país é investido no capital produtivo e não na especulação. Mais uma prova que o mundo acredita no Brasil dos trabalhadores. Crescemos junto com a população, reduzindo cada vez mais as desigualdades sociais e as injustiças que permeavam por todos os cantos do país.

(*) Enio Verri é deputado estadual do PT, secretário do Planejamento e Coordenação Geral do Paraná e professor licenciado do setor de Economia da Universidade Estadual de Maringá, UEM.